Dedo em martelo: saiba como a fisioterapia ajuda no pós-cirúrgico

As deformidades dos dedos são patologias que podem acometer os pés e as mãos e, geralmente, estão relacionadas com a retração ou o encurtamento dos tecidos envolvidos (músculos e tendões). Esse problema é relativamente comum entre a população e as principais formas são o dedo em garra e o dedo em martelo.

Neste texto, falaremos mais sobre o dedo em martelo, abordando quais são as suas causas, como é feito o tratamento e qual é o papel da fisioterapia na recuperação pós-cirúrgica do paciente. Acompanhe!

O que é dedo em martelo?

O dedo em martelo é uma deformidade causada por uma lesão na ponta do dedo — tanto das mãos quanto dos pés — e pode acometer o tendão extensor (que participa da movimentação da ponta do dedo) ou ser causada por uma fratura na falange distal, onde o tendão se insere no osso.

O tendão retifica-se, de forma que a ponta do dedo fica estendida para cima, o que compromete a capacidade de esticá-lo. Ou seja, a pessoa fica incapaz de esticar completamente o dedo, principalmente a ponta, de forma que só consegue fazer o movimento com o auxílio da outra mão.

Os principais sintomas associados ao dedo em martelo são:

  • dor na ponta do dedo, que pode se irradiar para toda a extensão dele;
  • edema na ponta do dedo;
  • presença de hematoma no local, em alguns casos;
  • incapacidade de esticar a ponta do dedo.

Quais são as suas causas?

O dedo em martelo pode ser causado por diferentes fatores, que incluem:

  • colisão ou batida na extremidade do dedo, causando o rompimento do tendão;
  • trauma no pé com o dedo dobrado;
  • mau posicionamento do pé por longos períodos e sobrecarga na ponta do pé (uso de sapatos que apertam, principalmente);
  • lesões dos nervos dos pés;
  • joanete.

Normalmente, as lesões traumáticas acontecem durante exercícios ou esportes de maior contato, como futebol, handebol, basquete ou vôlei, nos quais a bola pode atingir o pé ou a mão da pessoa, causando o trauma.

No momento da lesão, o tendão extensor da falange distal se estica ou se rompe, o que faz com que a extremidade do pé ou da mão permaneça curvada para baixo. Outra possibilidade é que um pedaço do osso se solte exatamente no lugar onde se insere o tendão, o que faz com que a falange distal fique flexionada.

Existem também fatores de risco relacionados à ocorrência do dedo em martelo, que são:

  • as mulheres apresentam uma predisposição maior a apresentar lesões devido às alterações hormonais, que deixam os tendões mais fragilizados, e ao uso rotineiro de sapatos inadequados;
  • a idade avançada pode contribuir para a ocorrência de lesões, pois os idosos têm maior perda de massa muscular e redução da capacidade de alongamento, que tornam as articulações mais rígidas e fragilizam os tendões;
  • pessoas que praticam esporte profissionalmente ou como recreação têm mais chances de sofrer lesões que levam ao dedo em martelo;
  • pessoas que fazem trabalhos manuais, principalmente com impacto;
  • crianças podem estar mais expostas ao risco de lesões e acidentes domésticos, relacionados às próprias brincadeiras da idade.

Como é feito o tratamento?

O diagnóstico do dedo em martelo é feito, principalmente pela característica clínica da lesão, já que é fácil identificar a posição que o dedo fica. Normalmente, é solicitada uma radiografia para avaliar a extensão do trauma e descartar alguma fratura grave ou ruptura do tendão.

Em casos mais leves, o tratamento é feito de forma conservadora, com a colocação do dedo em posição reta e uso de tala de imobilização por cerca de seis semanas, seguida de fisioterapia. Nessas situações, o importante é que o paciente não retire a tala em nenhum momento, garantindo a imobilização contínua e, portanto, a cicatrização por meio da aproximação das áreas lesionadas.

Os casos mais graves, com ruptura total do tendão e/ou fraturas com fragmentos maiores, devem ser tratados cirurgicamente. Durante o procedimento, é feita a sutura do tendão, seguida da estabilização ou fixação da fratura. Pode ser necessário usar pinos ou fios metálicos para essa fixação, que permanecem de forma a bloquear e imobilizar a fratura durante o tempo de consolidação óssea, que dura cerca de seis a oito semanas.

Após esse período, as peças são retiradas com uso de anestesia local. Normalmente, o tratamento pós-cirúrgico com fisioterapia começa dez dias depois desse procedimento.

Como a fisioterapia ajuda no pós-cirúrgico?

O tratamento fisioterápico na recuperação da cirurgia para dedo em martelo tem o objetivo de recuperar a mobilidade, a força muscular e restabelecer o controle do movimento por meio de exercícios de fortalecimento e alongamento manual.

Podem ser utilizadas também técnicas para analgesia local, principalmente nas primeiras sessões, como o uso de termoterapia e massagem local, o que ainda reduz o edema. Posteriormente, é dada maior ênfase para os exercícios para ganho de força e o uso de massagens na cicatriz, que diminui o risco de aderência dos tecidos locais.

Alguns exercícios que podem ser realizados durante as sessões de fisioterapia são:

  • flexão do dedo;
  • estiramento do dedo;
  • fechamento do punho (quando a lesão ocorre no dedo da mão);
  • pegar objetos pequenos.

É importante que o paciente tenha a consciência de que o retorno às atividades comuns, principalmente o esporte, não deve ser feito de forma muito precoce, o que poderia prejudicar a recuperação e até levar a um dano permanente.

Por isso, é essencial explicar para o paciente que é preciso ter calma, pois o tratamento pode ser longo, bem como deixar claro que cada pessoa tem um tempo próprio de restabelecimento, que deve ser acompanhado e avaliado pelo fisioterapeuta e pelo médico ortopedista.

Como visto, a fisioterapia é importante no tratamento do dedo em martelo, seja em casos mais leves, que necessitam apenas de imobilização, ou em situações mais graves, que demandam cirurgia. As sessões de fisioterapia são essenciais para que o paciente se recupere completamente após o processo operatório, com retomada das atividades cotidianas e, até mesmo, esportivas.

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