Joanete: como a fisioterapia pode ajudar na recuperação da cirurgia?

O joanete é um problema ortopédico comum, que acomete predominantemente mulheres e causa grande incômodo no dia a dia. Essa condição causa dores e dificulta o uso de sapatos fechados, além de muitos pacientes reclamarem da nova aparência do pé.

O principal tratamento para o joanete é a cirurgia, que costuma ser bastante dolorosa e tem uma recuperação lenta, que exige cuidados específicos. Entre eles, destacamos a fisioterapia como uma das principais formas de ajudar no pós-operatório.

Acompanhe o texto para saber mais sobre o assunto!

O que é joanete?

O joanete é uma deformação óssea que surge na articulação da base do dedão do pé, em decorrência do deslocamento do osso metatarso. Esse desvio causa uma saliência no dedão, que fica “virado” em direção aos outros dedos. A articulação do dedão é lesionada devido à posição, que “empurra” a articulação para fora.

O principal tipo de joanete é o hálux valgo, no qual, como mencionamos acima, a deformação aparece no dedão do pé. Porém, existe também a deformação que surge no dedo mínimo, o joanete de sastre.

O problema costuma ser causado pela pressão feita no dedão, principalmente pelo uso de sapatos apertados e desconfortáveis, como os de bico fino. Os sapatos altos causam um deslocamento do peso do corpo para a frente do pé, o que também pode contribuir para seu surgimento. Os outros fatores de risco para o desenvolvimento do joanete são:

  • artrite ou artrose;
  • problemas congênitos do pé;
  • histórico do problema na família;
  • predisposição estrutural do pé;
  • problemas neurológicos;
  • traumas.

O joanete é uma condição que costuma ser dolorosa, com os seguintes sinais e sintomas:

  • inchaço em formato de calombo ou calo, de consistência dura, que surge no dedão ou dedinho do pé;
  • dor constante no local, que piora com o uso de sapatos, caminhadas ou ao pisar no chão;
  • pele grossa embaixo do dedão do pé;
  • vermelhidão no local;
  • rigidez no dedo afetado.

Qual é o tratamento?

Pode ser feito por meio de soluções caseiras para alívio dos sintomas, alguns tratamentos conservadores ou por meio da cirurgia.

Os tratamentos caseiros aliviam os sintomas, porém não curam o problema em si, e incluem: mergulhar o pé afetado em água quente/morna, fazer compressas de gelo e utilizar óleos no local acometido.

Já o tratamento conservador é indicado em casos mais leves e tem o potencial de corrigir o problema sem a necessidade de intervenções mais invasivas e também de aliviar os sintomas. Os métodos incluem:

  • troca de calçados: suspensão do uso de calçados que podem causar e/ou piorar o problema até o final do tratamento — calçados com salto, com bico fino e sem amortecedores;
  • medicamentos: utilizados para diminuir a dor e a inflamação local (ibuprofeno, paracetamol);
  • palmilhas ortopédicas: utilizadas para corrigir a postura, melhorar a pisada e diminuir o impacto;
  • afastadores de dedos: acessórios de silicone que são encaixados entre os dedos, usados para evitar a deformidade causada pelo joanete;
  • tala corretiva para joanete: reduz as dores e a pressão sobre o joanete, além de ajudar a “colocar” o dedo no lugar.

Como é a cirurgia para joanete?

Em casos mais avançados, com maior deformação do dedo afetado, a cirurgia é o tratamento recomendado para a correção total do problema. Existem diversos tipos de procedimentos cirúrgicos que podem ser realizados para a correção do joanete.

A abordagem será escolhida pelo médico, de acordo com as características específicas do problema do paciente, a avaliação clínica e os resultados de exames de imagem.

As cirurgias mais comuns para a correção do joanete incluem:

  • osteotomia: inserção de um parafuso dentro do osso metatarso para que ele fique na posição correta;
  • exostectomia: retirada do joanete por meio da raspagem do osso, sem o realinhamento — normalmente é utilizada como uma técnica complementar, pois se o osso não for alinhado há grande probabilidade de o joanete reaparecer;
  • artrodese: imobilização das articulações danificadas entre dois ossos e correção do alinhamento do osso com o uso de placas de titânio e parafusos.

Os procedimentos cirúrgicos utilizados para a correção de joanete são considerados simples, porém a recuperação pós-cirúrgica costuma ser longa. O pós-operatório inclui o uso de medicamentos anti-inflamatórios e analgésicos.

Após a cirurgia, o paciente deve usar um calçado ortopédico especial por cerca de 2 semanas. Em seguida, passa mais alguns dias com uma bota ortopédica especial. Pode ser necessário também o uso de muletas. Além disso, é preciso ter cuidado constante com o curativo da cirurgia, evitando que se solte ou fique molhado.

A grande maioria dos pacientes não apresenta complicações após a realização da cirurgia. Quando surgem, estão associadas a infecções no local da inserção cirúrgica ou reincidência do joanete após o procedimento.

Como a fisioterapia pode ajudar na recuperação?

A fisioterapia é uma das partes mais importantes da recuperação pós-operatória da cirurgia de joanete. Logo após o procedimento, as sessões têm o objetivo de reduzir a dor e a inflamação do pós-operatório por meio do uso de ultrassom, gelo e massagem local.

Com a redução da dor e do inchaço, a fisioterapia passa a ter o objetivo de “reensinar” o paciente a andar da forma certa. São feitos exercícios para treino de equilíbrio muscular e desenvolvimento de alinhamento adequado do pé.

Em seguida, é feito um trabalho de relaxamento muscular e das articulações, que garantirá que a pessoa recupere as funções do pé após a recuperação. Os principais músculos a ser alongados são o da panturrilha e o músculo responsável pela flexão do dedão do pé.

Na última etapa do tratamento fisioterapêutico, são realizados exercícios de fortalecimento muscular do pé e da perna.

A ideia é que após um mês da cirurgia o paciente consiga voltar às suas atividades normais, incluindo caminhar e dirigir.

Apesar de não ser considerado um problema muito grave, o joanete incomoda e pode trazer grandes consequências para a qualidade de vida da pessoa. Sua prevenção pode ser feita por meio do uso de calçados confortáveis, preferência por ficar descalço por mais tempo, prática de colocar as pernas para o alto diariamente e alimentação rica em vitamina A, C e D.

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