Você sabia que existem equipamentos de fisioterapia reciclados?

Já pensou em usar instrumentos feitos com retalhos de tecido, tampinhas de garrafa, restos de isopor e elástico? Parece estranho? Pois saiba que a sustentabilidade vem ganhando força por meio da utilização de equipamentos de fisioterapia reciclados.

Além de ecologicamente corretas, as ferramentas são baratas e podem ser feitas pelo próprio paciente — com as recomendações adequadas, ele pode até continuar a reabilitação dentro de casa. Mas será que esses equipamentos são mesmo eficazes?

Com o objetivo de responder essa e outras perguntas, preparamos este post com tudo o que você precisa saber sobre os instrumentos de fisioterapia reciclados. Acompanhe com a gente!

O que são e como são feitos os equipamentos?

Como o próprio nome diz, os equipamentos reciclados são feitos de materiais que seriam jogados no lixo, como garrafas de plástico, espuma, isopor e elástico. Por meio da junção de insumos como esses, é possível dar vida a diversos instrumentos.

Entre os equipamentos que podem ser feitos com materiais reciclados estão o exercitador de dedos, os estimuladores sensoriais de pés, as talas, entre outros.

A seguir, conheça alguns exemplos e saiba como eles podem ser feitos:

Equipamentos para a correção da postura

Uma corda de varal e uma garrafa PET podem dar origem a um instrumento que vai ajudar o fisioterapeuta a corrigir a postura do paciente. Com a garrafa posicionada entre as cordas, é possível fazer um treino de vai e vem do objeto ao abrir e fechar os braços.

Talas de imobilização

Você já imaginou que um cano de PVC poderia servir de apoio para uma pessoa que está acamada e evitar as úlceras nos pés? Pois saiba que com o cano, um pedaço de isopor e uma cama piramidal é possível criar um instrumento que evita as escaras.

Estimuladores sensoriais de pés

Algumas tampinhas de garrafa PET, um pedaço de cano de PVC, um pouco de arame e alguns parafuso também podem auxiliar os pacientes com fraturas no pé. Por meio da estimulação, a pessoa tende a parar de sentir dor e voltar a ter qualidade de vida.

Exercitador de dedos das mãos

Os estimuladores de mãos são confeccionados com materiais parecidos com os anteriores: cano, parafuso e mola. O objetivo é fazer com que o paciente abra e feche as mãos, de forma a estimular a contração dos músculos da região dos dedos.

Barras paralelas

A barra paralela é um dos equipamentos mais importantes de qualquer fisioterapeuta. Por meio dela, o paciente com deficiência motora é estimulado a andar com o auxílio do profissional. Com o tempo, ele recupera o equilíbrio, a força e, claro, a mobilidade.

O que muita gente não sabe é que existem barras paralelas feitas de canos de PVC! É claro, porém, que tudo deve ser confeccionado com bastante cuidado e atenção para garantir a segurança dos usuários. Desse modo, é necessário acompanhar de perto a fabricação do instrumento a fim de garantir que tudo está sendo encaixado perfeitamente, que a altura está correta, que o piso é antiderrapante, entre outros.

Os equipamentos de fisioterapia reciclados são de qualidade?

Uma das primeiras perguntas que surgem ao falar de equipamentos fisioterapêuticos reciclados é em relação à qualidade. Mas afinal, eles são bons mesmo? É possível substituir os instrumentos tradicionais por eles? Os pacientes correm algum risco?

Bom, em primeiro lugar, é importante destacar que, para dar vida a um instrumento médico, não basta juntar um material com o outro. É preciso muito estudo, técnica e dedicação para criar equipamentos seguros e que realmente deem resultado.

Quando feitos em universidades, por exemplo, esses dispositivos são tão eficientes quanto os vendidos no mercado. Entretanto, é preciso salientar que não é todo equipamento que pode ser reciclado. Os instrumentos tradicionais continuam sendo indispensáveis, assim como as tecnologias (como a eletroterapia e a gameterapia) do setor.

O legal dos instrumentos reciclados é que eles permitem incentivar o paciente a continuar fazendo os exercícios em casa. Como a maioria dos materiais são fáceis de serem encontrados, qualquer pessoa pode fazer os seus próprios equipamentos.

No entanto, é preciso dar bastante instruções para o usuário para que ele utilize as criações da forma correta. Além disso, é fundamental deixar claro que as sessões de reabilitação caseiras não substituem, de forma alguma, as visitas ao consultório.

Qual é a importância da sustentabilidade na área da saúde?

As emissões de gases de efeito estufa subiram quase 9% em 2016. Essa elevação é a maior em 12 anos. Diante desse cenário, é impossível ignorar o papel do setor hospitalar no combate aos gases poluentes. As alternativas para reaproveitar o que seria jogado no lixo, portanto, não são apenas um modo de economizar, mas sim de cuidar do planeta.

Se você deseja ter um consultório sustentável, saiba que existem outras medidas que podem ser tomadas que vão muito além de reutilizar materiais. Confira algumas dicas:

Invista em um sistema de prontuários eletrônicos

Por meio de um sistema de prontuário eletrônico, todas as informações do seu consultório (marcações, anotações, fotos do paciente etc.) ficam armazenados no computador. Dessa forma, você pode dar adeus às antigas agendas de papel.

Use papéis reciclados para fazer o seu cartão de visitas

Mesmo com os avanços tecnológicos, os cartões de visita são indispensáveis para qualquer profissional. Por isso, ao confeccioná-los, prefira os papéis reciclados — procure a certificação FSC. O mesmo vale para os outros itens de papelaria do consultório.

Descarte o lixo corretamente

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) tem uma série de regras sobre o descarte dos lixos no setor da saúde. Cabe aos profissionais da área conhecer e respeitar as normas. Se tiver dúvidas, informe-se no órgão ambiental de sua cidade

​Como pudemos ver, existem uma série de medidas para tornar o seu consultório um lugar mais sustentável — você não precisa, necessariamente, usar instrumentos reciclados. Pequenas mudanças (como a contração de um software de prontuário eletrônico e o uso de papéis reaproveitados, por exemplo) podem fazer toda a diferença!

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