Conheça como funciona a eletroterapia e quais são suas diferenças na fisioterapia

Não é de hoje que a eletroterapia e fisioterapia são aliadas no tratamento de diversas patologias. Utilizando correntes de baixa ou alta intensidade, a estimulação elétrica é conhecida há muitos anos por sua capacidade de melhorar dores e desconfortos.

Para que o tratamento seja eficaz, contudo, é interessante utilizar os conhecidos “choquinhos” em conjunto com as técnicas de fisioterapia, como massagens, exercícios de amplitude etc.

Se quiser saber como fazer isso — e conhecer mais detalhes sobre assunto —, continue conosco! Neste post, você vai descobrir como a estimulação elétrica pode ajudar na reabilitação de seus pacientes. Acompanhe!

Como surgiu a eletroterapia?

Apesar de ter sido aperfeiçoada somente nas últimas décadas, as técnicas da eletroterapia são conhecidas desde a antiguidade. Há registros que comprovam o uso de correntes elétricas para o tratamento contra dores e patologias ainda no século 16.

Naquela época, os peixes elétricos (ou raias elétricas) eram aplicados na pele dos pacientes. Por meio dos choques, essas pessoas obtinham uma analgesia local.

Atualmente, o método avançou muito e é possível utilizar correntes elétricas no tratamento de diversos problemas fisioterapêuticos (dores, edemas, espasmos musculares, cicatrização tecidual etc.) e estéticos (redução de gordura localizada).

Mas afinal, como funciona a eletroterapia na fisioterapia?

Simplificadamente, podemos dizer que a eletroterapia faz uso de impulsos elétricos a fim de prejudicar a transmissão dos sinais de dor para o cérebro. Para isso, músculos e tecidos são estimulados (por meio de aparelhos) a produzir endorfina. O hormônio, que é responsável pela sensação de prazer e bem-estar, atua como um analgésico.

Grosso modo, é como se a eletroterapia “confundisse” o cérebro, que naquele momento está programado para sentir dor. Com a produção de pequenos “choques” no corpo, ele para de interpretar os sinais de mal-estar e começa a se sentir melhor.

Além disso, dependendo do método utilizado, é possível promover a nutrição e a regeneração tecidual, estimular as células do corpo, agilizar a cicatrização, aumentar o fluxo sanguíneo do organismo, atuar como anti-inflamatório, entre outros.

Veja alguns problemas que podem ser tratados com a eletroterapia:

  • tendinites;
  • mialgias;
  • tensões musculares;
  • bloqueios articulares;
  • cicatrizações cirúrgicas;
  • contusões;
  • anquilose fibrosa;
  • hipotrofia muscular;
  • rigidez pós-gesso;
  • artrite;
  • periartrite;
  • bursite;
  • lombalgias;
  • fibrose;
  • edemas;
  • cicatrização de feridas.

Vale destacar, ainda, que existem diversos métodos que podem ser usados na eletroterapia, como lasers, ultrassons e Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS). Lembre-se de que cada um deles tem suas indicações e contraindicações.

O ultrassom, por exemplo, não pode ser utilizado em áreas que são tratadas com radioterapia. É preciso, portanto, conhecer as características de cada tipo de corrente.

A seguir, você vai conhecer as particularidades do TENS, um dos métodos mais utilizados pelos fisioterapeutas.

No que consiste a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)?

A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) — ou, no inglês, Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation — é uma técnica eletroterápica bastante popular na reabilitação de pacientes com artrites, dores lombares, nevralgias, entre outros.

O TENS é um pequeno dispositivo que controla a intensidade dos estímulos que serão aplicados sobre a pele. Durante o tratamento, geralmente o paciente precisa colar alguns eletrodos diretamente na área dolorida ou no nervo causador do problema.

Os impulsos elétricos variam de 60 a 200 Hz (alta frequência) a menos de 10 Hz (baixa frequência). Vale lembrar que as intensidades são controladas pelo fisioterapeuta (por meio do aparelho) e cada uma delas tem as suas vantagens e desvantagens. Entenda:

Alta frequência

Quando um paciente é submetido a estímulos elétricos de alta intensidade, ele não sente desconfortos no momento da sessão. Funciona assim: os “choquinhos” bloqueiam os sinais de dores enviados ao cérebro, melhorando momentaneamente o problema.

Como não há desconfortos, a sessão pode durar bastante tempo. No entanto, o efeito do tratamento — ou seja, o alívio da dor — não é duradouro.

Baixa frequência

Os estímulos de baixa frequência, por sua vez, apresentam um resultado mais duradouro, já que os impulsos incitam a produção de endorfina. Em contrapartida, as sessões costumam ser desconfortáveis aos pacientes — geralmente, eles não toleram mais do que 30 minutos de aplicação.

Seja qual for a frequência escolhida, tenha em mente que o TENS deve andar lado a lado com as técnicas manuais de fisioterapia. O ideal, assim, é que os métodos se complementem.

Além disso, vale destacar que esses impulsos elétricos podem ser utilizados no início, ao longo ou no fim de uma sessão. O primeiro caso é mais indicado para aliviar as dores dos pacientes, preparando-os para a realização de outras condutas terapêuticas.

Já o último é mais eficaz quando o objetivo é prolongar a duração dos benefícios do tratamento. Converse com o seu paciente e analise qual método será mais adequado.

Cuidados e contraindicações do TENS

O TENS é indicado para dores em geral, sendo mais eficaz nos casos de incômodos crônicos, agudos e persistentes. No entanto, antes de submeter um paciente ao procedimento, é importante observar as contraindicações do aparelho.

Desse modo, fique atento e:

  • não utilize os estímulos em pacientes cardíacos ou portadores de marcapasso;
  • evite o estímulo elétrico na região dos seios;
  • aplique com cuidado em caso de doenças vasculares periféricas;
  • tenha atenção especial ao aplicar o aparelho em regiões com excesso de tecido adiposo (pode ser necessário altas doses de estimulação);
  • não faça o procedimento em gestantes ou pessoas com problemas de pele;
  • evite a estimulação elétrica em pacientes idosos que apresentem dificuldades em fornecer informações sobre suas sensações e dores;
  • monitore a pressão arterial durante a sessão no caso de pacientes hipertensos ou hipotensos.

Além desses cuidados, é importante que a eletroterapia faça parte de um tratamento fisioterapêutico completo, que inclui outros procedimentos (inclusive manuais).

A eletroterapia é mais eficiente que a fisioterapia?

Com tantos benefícios, é comum que as pessoas se perguntem se a eletroterapia é mais eficiente do que os exercícios de terapia manual. É claro que a resposta dessa pergunta vai depender da preferência do profissional, mas o que podemos dizer é que alinhar os dois recursos disponíveis (apropriados para o caso do paciente) é sempre mais eficaz.

Quer saber como unir eletroterapia e fisioterapia de forma eficiente? Então, entre em contato conosco e conheça as nossas soluções!