Quais são as indicações para ultrassom na fisioterapia?

Entre os vários tipos de tratamentos e recursos usados na fisioterapia, sem dúvida o ultrassom é um dos mais conhecidos e a prática clínica tem mostrado que muitos pacientes relatam melhora na dor após o seu uso e mais facilidade na recuperação de cirurgias e de lesões.

O ultrassom na fisioterapia pode ter diversas aplicações e variar entre o pulsado e o contínuo, dependendo das indicações para o paciente e das opções de tratamento do fisioterapeuta. Quer saber mais sobre esse assunto? Então, continue a leitura!

Como funciona o ultrassom na fisioterapia?

O ultrassom utiliza frequências sonoras entre 1 e 3 MHz, que são inaudíveis para os seres humanos, mas capazes de penetrarem no corpo, movendo partículas internas e estimulando a reabsorção de líquidos inflamatórios.

Justamente por isso, esse aparelho costuma ser mais indicado para o tratamento de tecidos moles, sobretudo em questões que necessitem de uma ação anti-inflamatória, analgésica e até para conseguir soltar pequenas aderências.

Vale a pena salientar, ainda, que as ondas do ultrassom penetram no nosso corpo de maneira inversamente proporcional à frequência. Assim, se for utilizado um ultrassom com frequência de 3 MHz, por exemplo, será trabalhada uma superfície de até 1 cm de profundidade. Já a frequência de 1 MHz consegue chegar a até 3 cm de profundidade.

Entender essa relação é muito importante, afinal é o fisioterapeuta quem faz o controle da frequência a ser usada, indicando, assim, a profundidade que as ondas sonoras penetrarão no paciente.

Normalmente, a terapia com ultrassom é indicada para lesões de tecidos moles e pode (ou não) ser acompanhada de outros tipos de tratamentos fisioterápicos. Sua ação está voltada para a redução da dor e dos estados inflamatórios, oferecendo maior mobilidade funcional e reduzindo o tempo de recuperação dos pacientes.

Quais são os tipos de ultrassom mais usados?

Como dissemos no início deste artigo, existem basicamente dois tipos de ultrassom usados na fisioterapia, que são:

  • pulsado: nesse modo, o ultrassom promove uma ação fisiológica no tecido, mas sem produzir calor. Ele realiza uma massagem mecânica, dispersa toxinas e os fluidos de edemas e provoca a quebra de calcificações;
  • contínuo: nessa forma, o aparelho promove maior quantidade de calor graças à vibração das partículas celulares, que age de maneira profunda na musculatura, aumentando o fluxo sanguíneo, favorecendo a circulação dos nutrientes, reduzindo os espasmos musculares e eliminando a formação fibrótica.

Quais são os tipos de lesões mais tratadas com o ultrassom?

O ultrassom é muito utilizado para uma ampla variedade de lesões, principalmente porque ele não oferece nenhum tipo de dificuldade ou de desconforto para os pacientes.

Por ter um caráter anti-inflamatório e de analgesia bastante importante, o aparelho costuma ser usado em problemas como artralgias, anquilose, artroses, bursites, braquialgia, ciatalgia, lesões musculares, fibroses, edemas e tendinites.

Outras indicações são para casos de disfunções osteomioarticulares (como fraturas, luxações, contraturas etc.), condições inflamatórias crônicas ou agudas e fibro edema gelóide.

Alguns dos benefícios comprovados do ultrassom são:

  • aumento da taxa de metabolismo no tecido;
  • aumento do fluxo sanguíneo e da cicatrização tecidual;
  • redução da sensibilidade dos elementos neurais;
  • alívio da dor;
  • redução dos espasmos musculares;
  • aumento da extensibilidade do colágeno.

Justamente por causa do último ponto é que o aparelho também pode ser usado na área dermatofuncional, no reparo de sequelas pós-cirúrgicas (principalmente no caso de fibroses) e para a melhora da pele em feridas ou cicatrizes provenientes de queimaduras. Nesses casos, a recomendação é do uso de ultrassom pulsado, com frequência de 3 MHz e com baixa intensidade.

Quais são as recomendações de uso do ultrassom na fisioterapia?

A recomendação para o tratamento de pacientes com o ultrassom é:

  1. observar o local em que o aparelho será usado, bem como o tipo de lesão a ser tratada;
  2. optar pelo modo pulsado ou contínuo;
  3. atentar para o grau de tolerância da intensidade do ultrassom pelo paciente.

O tempo máximo de exposição ao aparelho deve ser de 4 a 5 minutos, sempre realizando movimentos circulares com o transdutor, que não deve ser movimentado muito rápido e nem ficar parado em um mesmo local.

Lembrando que é muito importante controlar a intensidade de acordo com o nível de tolerância do paciente, já que intensidades maiores que as indicadas podem causar dor local ou irradiada, reduzindo os efeitos do ultrassom e causando desconforto.

Algumas técnicas de aplicação do ultrassom são:

  • aplicação direta: o aplicador e a pele do paciente ficam em contato direto, utilizando apenas uma fina camada de gel. Pode ser usada quando a superfície é razoavelmente plana. Além do gel, ainda é possível usar fórmulas com fins terapêuticos, como a fonoforese;
  • aplicação subaquática: indicada para regiões com contornos irregulares ou áreas que não permitam o contato direto do transdutor. Geralmente, a terapia é feita com a imersão do membro a ser tratado, usando um recipiente plástico ou metálico forrado com uma manta de borracha;
  • aplicação por meios intermediários: indicada para regiões pequenas, irregulares ou que não podem ficar imersas na água. Para isso, usa-se uma bolsa de água (que pode ser um balão ou uma luva), sendo que ambos os lados precisam estar cobertos com gel.

Quais são as contraindicações do uso do ultrassom na fisioterapia?

Como em qualquer tratamento, o ultrassom também tem contraindicações, não sendo recomendado para:

  • áreas com sensação de temperatura diminuída e com circulação diminuída;
  • pacientes com insuficiência vascular ou com tromboflebite;
  • regiões dos olhos, dos órgãos reprodutores e da pelve imediatamente após a menstruação;
  • mulheres grávidas;
  • pacientes com câncer;
  • pacientes que fazem uso de marca-passo ou regiões com metais (como pinos e parafusos);
  • áreas epifisais em crianças;
  • pacientes com infecções;
  • substituições totais das articulações;
  • pacientes com hemofilia.

Como você pôde notar, apesar de o ultrassom na fisioterapia ser amplamente utilizado. Portanto, entender muito bem as queixas e os problemas do paciente e buscar associar os aparelhos e também as técnicas de fisioterapia ainda são indicações importantes. Com isso, o ultrassom tem tido, há anos, bons resultados na redução das inflamações, dos edemas e das dores.

E aí, gostou deste conteúdo sobre os usos do ultrassom na fisioterapia? Será que não está no momento de você realizar a troca dos equipamentos da sua clínica? Se você compartilha dessa dúvida, aproveite e leia o nosso conteúdo exclusivo sobre o assunto!