Saiba como a fisioterapia para bursite é essencial na recuperação da cirurgia

As doenças ortopédicas representam um dos principais grupos de intervenção dos profissionais de fisioterapia. Os exercícios e equipamentos fisioterápicos são importantes para a prevenção do surgimento do problema e de complicações secundários, bem como para o tratamento da doença em si e na recuperação pós-cirúrgica. Dessa forma, o profissional deve estar preparado para atuar em todos esses momentos.

Um exemplo da importância da atuação da fisioterapia na recuperação pós-operatória é no caso da cirurgia para bursite. Esse problema, que atinge diferentes articulações do corpo, muitas vezes necessita de tratamento cirúrgico e acompanhamento do fisioterapeuta.

Acompanhe o texto para saber mais sobre o problema e como é a fisioterapia para bursite!

O que é a bursite?

A bursa, ou bolsa sinovial, é o saco membranoso preenchido por líquido sinovial que envolve as articulações do corpo. Sua função é a de amortecer o impacto e o atrito entre músculos, tendões e ossos ao redor das articulações, além de nutrir esses tecidos. A bursa está presente nas articulações do quadril, dos ombros, joelhos, cotovelos e calcanhares.

A bursite acontece quando há uma inflamação da bursa, o que compromete a lubrificação e a movimentação das estruturas envolvidas pela membrana. Ela acomete principalmente as articulações dos ombros, do quadril e dos cotovelos, e pode ser aguda ou crônica.

A inflamação prejudica os movimentos e os sintomas associados são:

  • dor na articulação, principalmente em movimento;
  • edema no local;
  • rigidez articular;
  • dificuldade de movimentação da articulação;
  • vermelhidão local.

Normalmente, os sintomas são graduais e pioram em pouco tempo. A pessoa começa com um incômodo ao andar ou fazer movimentos específicos, que pode evoluir para dores fortes mesmo em repouso.

A bursite é dividida entre dois tipos: hemorrágica e inflamatória. A hemorrágica corresponde à condição causada por derramamento de sangue na área da bursa. Já a inflamatória é causada for fatores infecciosos, químicos ou por sobrecarga.

Quais são as causas desse problema?

As principais causas da bursite são:

  • lesões: uso excessivo das articulações e exercícios repetitivos são os maiores causadores da bursite. Nesses casos, a condição leva tempo para se desenvolver, e está associada a certas profissões que envolvem a repetição de movimentos e ações diárias com muito impacto sobre articulações específicas;
  • infecções: em alguns casos, a bursite pode ser causada por uma infecção da área, principalmente nas articulações que se encontram mais próximas da pele, como a do cotovelo. A infecção pode surgir a partir de cortes no local, picadas de insetos ou feridas. Esse tipo de bursite é mais comum em pessoas com o sistema imunológico comprometido, como pacientes em tratamento quimioterápico ou com doença relacionada ao HIV;
  • doenças: algumas doenças desencadeiam processos inflamatórios que podem atingir a bursa. Alguns exemplos são: gota, artrite reumatoide, escoliose, lúpus, esclerodermia e artrite psoriásica;
  • outras causas: as outras causas associadas ao problema são desidratação das estruturas (tendão, bursa, articulação), excesso de peso sobre as articulações e envelhecimento (maior rigidez e fragilidade das estruturas).

É importante estar atento também aos fatores de risco, que aumentam a chance de ocorrência da doença:

  • idade maior que 40 anos, devido ao envelhecimento das estruturas da articulação;
  • pessoas com profissões ou atividades diárias que envolvem repetição de movimentos ou sobrecarga às articulações (músicos, atletas, pintores);
  • pacientes com doenças ortopédicas e inflamatórias.

Como é feito o diagnóstico e o tratamento?

O diagnóstico é feito pelo médico ortopedista e pelo fisioterapeuta, a partir da história clínica, dos sintomas, do exame físico e da solicitação de exames. O fisioterapeuta realiza um exame físico para avaliar a flexibilidade, mobilidade, dor, força e inflamação nas articulações. Os exames solicitados incluem hemograma, análise do líquido da bursa, raio-X, tomografia computadorizada ou ressonância magnética e ultrassonografia da articulação.

A escolha do tratamento é feito de acordo com a gravidade do problema e da articulação afetada. O cuidado inicial envolve uso de anti-inflamatórios e analgésicos, aplicação de gelo e repouso. Após o controle da dor, a fisioterapia auxilia na recuperação da força e da mobilidade.

Alguns tratamentos caseiros e hábitos diários também aliviam a dor e ajudam no controle dos sintomas:

  • aplicação de bolsa de gelo no momento inicial com edema;
  • aplicação de calor local após melhora do edema;
  • proteção da área afetada com joelheiras e cotoveleiras;
  • aumento do consumo de alimentos com propriedades anti-inflamatórias — frutas cítricas, frutas vermelhas, oleaginosas e peixes ricos em ômega-3;
  • repouso;
  • alongamento;
  • correção da postura.

A cirurgia pode ser necessária em casos de bursite crônica ou quando o problema não melhora com nenhum dos tratamentos conservadores. O objetivo da intervenção é o de retirar a bursa inflamada. Assim, uma nova membrana se forma no local, com menor propensão para o desenvolvimento de inflamação.

Atualmente são utilizadas técnicas cirúrgicas minimamente invasivas, sem repercussão para as outras estruturas da articulação.

Como é a atuação da fisioterapia na recuperação da cirurgia?

Normalmente, os exercícios de fisioterapia são iniciados pouco tempo após a cirurgia. Eles objetivam melhorar a amplitude do movimento, fortalecer a área muscular afetada, aumentar a eficiência da articulação e restabelecer seu funcionamento normal.

Na primeira fase, durante o pós-cirúrgico mais imediato, pode ser necessário o uso de recursos fisioterapêuticos para analgesia. São utilizadas técnicas com ultrassom, eletroterapia e termoterapia para a redução da dor na articulação afetada. Nesse período, também são importantes os exercícios de alongamento e mobilização, que preparam as estruturas para os procedimentos de fortalecimento que serão realizados posteriormente.

A transição das terapêuticas analgésicas para os exercícios de fortalecimento deve ser gradual, respeitando o tempo do paciente. Algumas das principais atividades realizadas, de acordo com a articulação que foi acometida pelo problema, incluem:

  • amplitude de movimento escapular;
  • flexão e extensão do ombro;
  • rotação interna e externa do cotovelo;
  • alongamento e fortalecimento do core, em casos de bursite no quadril;
  • mobilidade do quadril, como ponte;
  • combinações de mobilidade e estabilidade dos membros inferiores, após a cirurgia de bursite no quadril.

É importante estar sempre atento às reações do paciente, reduzindo a amplitude ou a intensidade das atividades em casos de dores mais intensas ou desconfortos. A fisioterapia após a cirurgia pode durar cerca de 6 meses, principalmente devido à evolução mais lenta do tipo de exercício realizado.

A bursite é um problema ortopédico que pode trazer muito incômodo, dor e limitação dos movimentos. Quando os tratamentos conservadores não são bem-sucedidos, a cirurgia é necessária e a fisioterapia para bursite torna-se ainda mais importante na recuperação do paciente.

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