A fisioterapia pediátrica e neonatal não são especialidades tão comuns ou conhecidas pelas pessoas, mas têm extrema importância para garantir a qualidade de vida e o completo desenvolvimento de recém-nascidos, lactentes e crianças na primeira infância.
Normalmente, o fisioterapeuta dessas áreas não atua sozinho, mas conta com a orientação de um pediatra responsável e com o auxílio de uma equipe multidisciplinar, voltada não apenas para corrigir os problemas apresentados pelas crianças, mas também para orientar os pais do que é ou não permitido ser feito em casa.
Quer saber mais sobre a fisioterapia pediátrica e neonatal? Então, continue a leitura!
O que é a fisioterapia pediátrica?
Como o próprio nome sugere, a fisioterapia pediátrica é aquela voltada para o tratamento de bebês, recém-nascidos e pré-adolescentes. Em alguns casos, os adolescentes também podem ser atendidos por esse profissional.
A área começou a ganhar maior visibilidade a partir da década de 80 e hoje já é um ramo conceituado dentro da fisioterapia, ajudando em diversos tipos de necessidades. Uma característica muito importante dentro desse ramo é a presença dos pais, que também precisam ser orientados, afinal o trabalho conjunto é de suma importância na reabilitação da criança.
Outra particularidade é que, geralmente, a fisioterapia pediátrica necessita de um ambiente mais lúdico e de atividades com um caráter diferenciado da fisioterapia para adultos, pois é preciso deixar a criança confortável e confiante, permitindo que o trabalho seja realizado da melhor maneira possível.
Os conhecimentos do fisioterapeuta também precisam ser diferenciados, já que as estruturas das crianças são diferentes das dos adultos e as técnicas usadas podem ser completamente distintas, com objetivos únicos.
Algumas vezes, a fisioterapia pediátrica pode ser aplicada ainda no ambiente hospitalar, como é o caso das técnicas empregadas nas UTIs neonatais ou com lactentes.
Quais são as indicações para a fisioterapia pediátrica?
Existem muitas condições que podem fazer com que a criança ou o recém-nascido necessite ser submetido ao tratamento fisioterápico, como doenças congênitas, lesões neurológicas ou até na recuperação de determinadas cirurgias.
Alguns dos problemas mais comuns de serem tratados por esses profissionais são:
- traumatismo cranioencefálico;
- atrofia muscular;
- paralisia cerebral;
- Síndrome de Down;
- espinha bífida;
- problemas respiratórios;
- desvios posturais.
Assim, podemos entender que o fisioterapeuta pediátrico está apto a tratar doenças esqueléticas, musculares, respiratórias, neurológicas, entre muitas outras — exigindo conhecimentos específicos para cada um desses casos.
O trabalho do fisioterapeuta poderá ser focado no:
- desenvolvimento motor: buscando curar ou reabilitar a capacidade de coordenação motora da criança, com tratamentos que estimulem, por exemplo, o paciente a engatinhar, sentar e rolar, sustentar a cabeça e o tronco, entre outras demandas;
- desenvolvimento respiratório: por meio de pequenos estímulos na região da traqueia, o trabalho fisioterápico visa melhorar a ventilação pulmonar, eliminar secreções pulmonares e reduzir o trabalho respiratório. Também podem ser aplicadas técnicas específicas que auxiliem a tosse e a reeducação respiratória.
Justamente por essa amplitude de possibilidades é que a fisioterapia pediátrica tem ramificações. Veja as especialidades mais comuns.
Fisioterapia Neuropediátrica
É indicada para o tratamento de pacientes pediátricos que apresentem lesões ou doenças neurológicas, consistindo no uso de técnicas que envolvam a estimulação precoce, a psicomotricidade, o desenvolvimento neuromotor, o equilíbrio, a coordenação motora, a propriocepção, a força e a amplitude dos movimentos articulares.
Algumas das doenças que são tratadas por essa especialidade são:
- paralisia cerebral;
- distrofia muscular;
- paralisia braquial obstétrica;
- síndrome de Chiari.
Fisioterapia Traumato-ortopédica Pediátrica
As crianças têm um risco elevado de sofrerem luxações e fraturas, principalmente quando estão começando a andar ou engatinhar. Além de fraturas, o desenvolvimento infantil acelerado também pode levar a outros problemas ortopédicos, como deslocamentos ósseos e distensões musculares.
Nessa área da fisioterapia pediátrica existem muitos recursos que podem ser usados pelos profissionais, como a termoterapia, a fototerapia e o TENS, além de técnicas manuais e exercícios específicos, sempre respeitando a idade e as condições do paciente.
Fisioterapia Pediátrica Ambulatorial
Neste caso, o foco dos fisioterapeutas se dá em nível ambulatorial, abrangendo também os pacientes neonatais. Normalmente, a intenção é o desenvolvimento neuromotor dessas crianças, sendo usadas para isso técnicas e terapias específicas.
Quais são os benefícios da fisioterapia pediátrica?
A fisioterapia pediátrica, quando bem direcionada e aplicada, traz inúmeros benefícios para a criança, principalmente garantindo um desenvolvimento sadio e um bom crescimento, evitando que limitações e dificuldades tragam sequelas mais graves ao longo dos anos ou na vida adulta.
Além de tratar os problemas e as doenças congênitas, a fisioterapia na infância ainda pode atuar de maneira preventiva, evitando que problemas e vícios posturais ou questões respiratórias, por exemplo, tragam prejuízos mais graves.
No caso dos pacientes que necessitam de fisioterapia neurológica, os benefícios são ainda mais visíveis, ajudando a criança a se tornar mais independente e trazendo muito mais qualidade de vida.
Quando a fisioterapia pediátrica é indicada?
Além das doenças congênitas ou síndromes que apresentamos ao longo deste conteúdo, pode ser que a criança dê alguns “indícios” de que precisa de um trabalho de fisioterapia, como:
- atrasos no desenvolvimento motor: normalmente, com 6 meses em média, as crianças já conseguem se manter sentadas, mas algumas com síndromes específicas podem ter atrasos nesse tipo de desenvolvimento, sendo, portanto, um indício de que a fisioterapia deve ser recomendada;
- crianças prematuras: elas podem sofrer com o atraso motor e também com dificuldades respiratórias e, algumas vezes, a fisioterapia já poderá ser indicada na própria UTI neonatal até mesmo de forma preventiva, evitando que possíveis complicações aconteçam;
- dificuldades e distúrbios respiratórios: como quando a criança não respira pelo nariz, mas só pela boca, apresenta algum desconforto respiratório ou chiados durante a respiração.
As sessões de fisioterapia com crianças também necessitam de um espaço adequado para a sua realização, com aparelhos e objetos específicos para serem usados por crianças, além de um pouco mais de ludicidade.
A fisioterapia pediátrica em domicílio é uma área que tem crescido bastante, já que apresenta muitas vantagens às crianças (que não se cansam e não estranham o ambiente) e para os pais, que se sentem bem mais confortáveis.
A ajuda da família, de qualquer forma, é imprescindível para o sucesso do tratamento, reaplicando os exercícios fora dos horários das sessões e estimulando o desenvolvimento da criança.
Como você pôde notar, a fisioterapia voltada aos bebês e às crianças é um ramo extremamente importante e capaz de garantir que esses pacientes consigam ter uma boa qualidade de vida e se desenvolvam de maneira mais sadia e independente.
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