TENS: saiba escolher o ideal para seus pacientes

Conhecer os tipos de TENS, suas indicações clínicas e o mecanismo subjacente servirá para tomar as decisões corretas sobre essa espécie de tratamento. Por isso, o fisioterapeuta deve entender tanto os princípios quanto as contraindicações.

A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é uma estratégia terapêutica para alívio dos processos dolorosos crônico e intenso, porém deve ser avaliada criteriosamente por um profissional clínico.

Além disso, existem diversos tipos de TENS que se diferem quanto à frequência, duração do pulso, entre outras características importantes para a escolha terapêutica adequada para o paciente.

O custo de aquisição e a qualidade dos aparelhos são outros fatores relevantes para evitar a renovação precoce da maquinaria do consultório. Deve-se analisar também equipamentos TENS que tenham outras funcionalidades, como os acoplados aos eletroestimuladores.

Por isso, se você ainda não conhece os tipos de TENS, fique por aqui e descubra as principais diferenças!

Entenda o que é o TENS

A estimulação elétrica nervosa transcutânea (TENS) é um procedimento desenvolvido para aliviar a dor periférica por meio de impulsos não dolorosos ao longo da pele. Essas descargas liberam analgésicos endógenos e diminuem o desconforto do paciente.

Para entender os mecanismos do TENS é preciso compreender o processo fisiológico da dor, considerada como uma experiência subjetiva desagradável mediada por liberações de substâncias bioquímicas e inflamatórias.

Nesse sentido, o paciente pode sentir dores agudas, com diversas intensidades, ou dores crônicas — mecanismo ainda pouco compreendido. Isso porque, nas dores crônicas, o efeito causador da inflamação não existe mais, porém as descargas bioquímicas perduram por tempo indeterminado.

As consequências clínicas para o paciente são dores intermitentes que podem exacerbar ao fazer exercícios físicos, ingerir determinados alimentos (principalmente à base de tiaminas) e uso demasiado de analgésicos.

Algumas pesquisas creditam o aparecimento das dores crônicas a lesões dos nervos periféricos, enquanto outros estudiosos avaliam o papel de citocinas e marcadores endógenos.

Indicações clínicas do TENS

As principais indicações do TENS são para o alívio das dores agudas e crônicas. Todavia, alguns especialistas sustentam a teoria de que esse método é mais eficaz para dores intermitentes, sugerindo outras ferramentas para a eliminação de dores agudas.

O TENS também é utilizado para dores provenientes de grandes cirurgias, assim como em situações dolorosas advindas de incisões pós-operatórias, situações que normalmente desencadeiam processos inflamatórios exacerbados.

Alguns estudos já mostraram benefícios clínicos em pacientes com artrites, bursites, dores de origem neoplásica ou como método alternativo para controle da dor em mulheres grávidas que necessitam evitar analgésicos durante esse período.

Conheça os tipos de TENS

Como o TENS é considerado uma eletroterapia, os fatores que interferirão nesse procedimento são: tempo de duração de um impulso médio, intensidade do estímulo e número de pulsos segundo a corrente de estimulação.

Além disso, as modalidades de TENS influenciam diretamente na indicação do tratamento. Dessa forma, quando de utiliza a alta frequência (80 a 100 Hz) com duração rápida, as indicações incluem dores agudas e superficiais.

Quando o TENS está em baixa frequência (1,4 Hz) com duração constante, é indicado para dores crônicas e profundas.

Os tipos de TENS também são analisados conforme o efeito clínico esperado. Assim sendo, para dores com liberação de agentes inflamatórios recomenda-se a duração entre 15 a 30 minutos.

Para dores mecânicas esse intervalo é de 5 a 15 minutos e para sensação dolorosa de origem neurálgica recomenda-se de 20 a 30 minutos. Ademais, o número de sessões é variável, porém acredita-se que para avaliar a efetividade do tratamento para dores crônicas, no mínimo 10 sessões são recomendadas.

Para as demais enfermidades, considera-se a aplicação em dias alternados ou conforme a evolução do paciente. Abordaremos a seguir as características de cada um deles de forma separada.

TENS Convencional

Esse tipo de TENS opera em frequência alta (80 a 100 Hz), intensidade baixa e duração menor de 200 µs. Ele é indicado para dores agudas, pois se baseia no manejo da dor estudado pela teoria do portão ou de controle da dor.

Devido a isso, os pacientes relatam analgesia rápida e pouco duradoura mesmo com tempo de permanência da sessão entre 30 e 60 minutos. As principais áreas de aplicação são as áreas dolorosas, nervos e dermatoma.

TENS Acupuntura

Esse tipo de TENS opera em frequências menores de 10 Hz, em geral 1-4 Hz, porém com intensidade elevada e duração maior que 200 µs. Ela é indicada para dores crônicas, pois possivelmente ocorre a liberação de endorfinas.

Nesses casos, os eletrodos são inseridos no miotoma, em pontos de acupuntura ou nas áreas dolorosas que não apresentam erupções cutâneas.

TENS Burst

Esse subtipo opera em frequências de 70 a 100 Hz com salvas de 1 a 3 minutos. Sua intensidade é elevada e a analgesia é rápida, porém perdura por mais tempo.

A manutenção ou eliminação da dor é baseada na liberação de endorfinas e a sessão dura entre 20 e 30 minutos, sendo aplicada na região dolorosa ou sobre o dermatoma.

TENS Breve e intenso

Considerado o tipo de TENS com maior intervalo de frequência (50 a 150 Hz), duração de pulso (150 a 500 µs) e maior probabilidade de operar na faixa dos 300. Sendo assim, a intensidade é elevada e, consequentemente, alguns pacientes relatam uma sensação desagradável. Nessa situação, o esclarecimento sobre o procedimento e a humanização do atendimento podem influenciar na decisão do indivíduo.

Os efeitos analgésicos são obtidos pela liberação de opioides endógenos, porém é rápido e bastante variável. São aplicados na região dolorosa ou no dermatoma por pouco mais de 5 minutos

Contraindicação do TENS

Apesar das vantagens já descritas, é preciso se ater a algumas condições que não justificam a utilização do TENS. Nesse sentido, pacientes em uso de marcapasso, com arritmias cardíacas ou distúrbios epilépticos não devem se submeter a esse procedimento.

Ademais, é fundamental não aplicar na boca, sobre a pele anestesiada e ao longo do trajeto da veia carótida, para não ferir as mucosas ou alterar a capacidade cognitiva do paciente.

Os tipos de TENS diferem quanto à indicação, intensidade, duração da sessão e mecanismos subjacentes. Enquanto alguns operam em baixa frequência em um longo período, outros são aplicados em alta periodicidade a uma intensidade moderada. Sendo assim, conhecer as opções de TENS é fundamental para escolher o mais adequado para a situação clínica a ser tratada.

E você, já conhecia os tipos de TENS? Entende os mecanismos subjacentes a sua utilização? Ainda tem dúvidas? Então, entre em contato conosco agora mesmo e pergunte aos nossos colaboradores!