Como a fisioterapia pode contribuir no tratamento da dor?

Ao longo de centenas de anos, a medicina vem buscando novas maneiras de combater e encarar os quadros dolorosos dos pacientes, sobretudo por meio do aprimoramento de procedimentos e da evolução dos medicamentos. No entanto, muitas pessoas não sabem como usar a fisioterapia no tratamento da dor.

As técnicas fisioterapêuticas podem ter um papel muito importante nesse tipo de situação, agindo como coadjuvantes de terapias medicamentosas ou como tratamento principal para melhorar a qualidade de vida das pessoas. Confira o conteúdo que preparamos e aprenda um pouco mais sobre esse delicado tema.

Afinal, o que é a dor?

Antes de falarmos sobre como a fisioterapia pode ser essencial no tratamento da dor, é muito importante destacarmos o que é a dor propriamente dita. Não se trata de uma doença em si, mas de um sintoma ou sinal importante. A Associação Internacional dos Estudos da Dor a define como uma experiência física e emocional desagradável.

Embora ela geralmente esteja associada à lesão real dos tecidos, não é possível descartar que haja um componente psicológico fundamental na percepção desse tipo de situação. A dor também é um importante mecanismo de defesa e um indicador poderoso no exame físico, pois explicita ao profissional de saúde o local onde há algo errado.

A reação à dor tende a variar de acordo com diversos fatores, como cultura, experiências anteriores e a individualidade de cada um. Portanto, podemos entendê-la como uma resposta subjetiva que cada pessoa tem, mas que, invariavelmente, é desagradável e merece uma atenção especial para não se tornar crônica ou minar sua qualidade de vida.

Causas

A dor pode ocorrer em função de uma variedade quase inacabável de causas, mas ela surge, sobretudo, após doenças e condições médicas como traumas, cirurgias, inflamações, infecções, tumores, queimaduras, entre outras. As mais severas costumam ser as que envolvem o sistema nervoso, a exemplo das neuropatias.

Muitos quadros álgicos ocorrem devido a espasmos ou dilatações musculares e viscerais, além de compressões de raízes nervosas por estruturas adjacentes. E, por incrível que pareça, não é raro que muitos indivíduos relatem dor mesmo sem causa fisiopatológica existente, possivelmente por motivos psicológicos.

Qual é a fisiopatologia da dor?

A dor tem, logicamente, uma fisiopatologia própria para acontecer. Quando um tecido é lesado, o organismo libera algumas substâncias químicas no local do trauma — e elas são prontamente detectadas por nossas terminações nervosas, que disparam impulsos elétricos pela medula para o córtex cerebral, que os interpreta como dor.

Naturalmente, nosso próprio cérebro procura nos defender do quadro álgico, pela liberação de endorfinas e outras substâncias que têm como função, nesse caso, a inibição da propagação dos estímulos elétricos. Se não fosse isso, mesmo um pequeno ferimento persistiria doendo enquanto não se curasse.

Quais são os impactos no dia a dia?

Pouca gente pensa sobre o tema, mas o fato é que a dor tem uma grande importância tanto para o indivíduo que a enfrenta quanto para a sociedade como um todo. Os impactos dessa sensação no dia a dia podem acarretar sérios prejuízos à vida social e física de inúmeras pessoas e suas famílias.

Considerando que os quadros álgicos estão, muitas vezes, associados a disfunções psicológicas, com limitações físicas e a redução da capacidade de movimentos corporais, não é difícil perceber o quanto podem ser limitantes. Dessa forma, a fisioterapia sistêmica preventiva e terapêutica é de grande valia.

Como a fisioterapia pode contribuir no tratamento?

A fisioterapia é uma poderosa aliada no combate ao desconforto e às limitações causadas pela dor. Além disso, trata-se de uma alternativa para o uso crônico de medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios, que, além de trazerem diversos efeitos colaterais, combatem apenas a causa momentânea, não agindo em longo prazo.

O tratamento fisioterapêutico é bastante versátil e contribui, por exemplo, para:

  • melhorar a amplitude dos movimentos;
  • reduzir quadros inflamatórios;
  • prevenir e tratar as deformidades articulares;
  • manter ou elevar a força muscular;
  • garantir a realização de atividades diárias de maneira independente.

Qual o papel da tecnologia no tratamento fisioterapêutico da dor?

Como em todas as áreas da saúde, a fisioterapia também vem contando com o auxílio de muitos avanços no campo da tecnologia para aprimorar suas metodologias e proporcionar resultados ainda mais rápidos a seus pacientes. Confira, abaixo, alguns dos principais aparelhos usados pelos fisioterapeutas atualmente para reduzir a dor.

Ultrassom

O ultrassom é um dos equipamentos mais utilizados por fisioterapeutas para diversas finalidades, inclusive reduzir a sensação de dor após traumas e cirurgias, por exemplo. Seu funcionamento é baseado na estimulação térmica, de acordo com o princípio de vibração das moléculas do local afetado.

Com essa tecnologia, é possível gerar um aquecimento controlado na parte interna da região em tratamento, reduzindo desconfortos musculares e ósseos (inclusive os causados por problemas de postura ou lesões). Ele também ajuda na absorção de nutrientes, solta pequenas aderências e tem efeito anti-inflamatório.

Laser

Você pode achar que o laser é uma tecnologia de filmes de ficção científica, mas o fato é que ele já vem sendo bastante utilizado na fisioterapia e sua funcionalidade só tem aumentado com o passar do tempo. Por meio de uma luz amplificada, reduz-se o tempo de tratamento e acelera-se a cicatrização de feridas.

Tal recurso também é muito importante para auxiliar no fechamento de úlceras e feridas pós-cirúrgicas, bem como em doenças degenerativas ou inflamatórias que atingem os membros. Na fisioterapia, o laser promove o alívio de desconfortos ao ser aplicado em pontos-gatilho, com efeitos positivos especialmente em tendões, ligamentos e músculos.

TENS

Não dá para falar de fisioterapia no tratamento da dor sem citar o TENS. Esse nome vem da expressão em inglês Transcutane Electric Nerve Stimulation (Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea). A técnica consiste no uso de pequenos estímulos elétricos nos músculos.

Ela é recomendada principalmente para o alívio de diversos tipos de dores e a redução de algumas atrofias musculares. Também são tratadas lesões importantes, devido ao grande efeito analgésico que proporciona bem-estar e facilita a execução de movimentos ou exercícios.

Depois de ler este conteúdo e conhecer os principais aparelhos utilizados nos tratamentos para dor, fica mais simples perceber que o fisioterapeuta tem um papel crucial na reabilitação, na prevenção e no prognóstico de diversas patologias importantes na área de saúde.

Entendeu como você pode usar a fisioterapia no tratamento da dor? Que tal, agora, assinar nossa newsletter para receber todos os conteúdos diretamente em sua caixa de entrada? Até a próxima!