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A lombalgia, popularmente chamada de dor nas costas, é uma condição muito conhecida dos consultórios de fisioterapia, afinal, ela está entre as reclamações mais comuns do brasileiro, liderando o índice de afastamento do trabalho, de acordo com os dados do INSS.

Se você também atende muitos pacientes com esse problema, é fundamental pensar em como tratar lombalgia, usando aparelhos e outras técnicas de fisioterapia, buscando reabilitar essas pessoas e reduzir o desconforto.

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O que é a lombalgia?

A lombalgia se caracteriza pela presença de dor lombar, na região próxima à bacia, que pode ser uni ou bilateral. É possível que alguns pacientes sintam uma irradiação da dor para outras partes do corpo, como a parte de trás dos joelhos, a região frontal da coxa e a área dos glúteos.

Na maioria das vezes, o quadro é passageiro e não causa grandes complicações. Porém, existe uma parcela de pessoas que sofrem com lombalgias recorrentes ou crônicas, ou ainda casos agudos que levam ao famoso “travamento da coluna”.

Nessas horas, o profissional da fisioterapia é de grande ajuda, melhorando e reduzindo o quadro de dor e evitando que o problema volte a acontecer, buscando fortalecer a musculatura envolvida no processo, bem como alongar as fibras musculares.

Quais são os tipos e as causas da lombalgia?

Antes de pensar em um tratamento, contudo, é fundamental compreender que nem todas as lombalgias são iguais, e entender as suas causas é primordial para garantir o sucesso da terapêutica.

As lombalgias podem ser agudas, com duração de 4 a 6 semanas, causadas geralmente por exercício físico ou excesso de esforço, ou crônicas, com duração de até 12 semanas, causadas por vários motivos, como:

  • artrose;
  • hérnia de disco;
  • inflamação de um nervo;
  • contratura muscular;
  • osteoporose;
  • estenose do canal;
  • traumas por quedas ou acidentes automobilísticos;
  • doenças autoimunes, como espondilite anquilosante ou artrite;
  • doença degenerativo do disco;
  • fatores emocionais.

Como as causas são várias, é sempre muito importante fazer uma boa anamnese do paciente, analisar os exames de imagens e ficar atento ao diagnóstico dado pelo médico.

Como tratar lombalgia com fisioterapia?

Como dissemos no tópico anterior, antes de pensar em como tratar lombalgia é essencial entender muito bem as características do paciente, o tipo de dor que ele se queixa e as causas por trás do problema, pensando em um protocolo que seja personalizado e efetivo.

Apesar disso, existem algumas dicas gerais capazes de ajudar. Confira!

Analgesia

No caso de uma lombalgia aguda ou de um paciente muito sintomático e com dores profundas, o ideal é começar com a analgesia, relaxando a musculatura da região e reduzindo os focos de inflamação.

Para isso, existem vários aparelhos que podem ser úteis. Veja alguns:

TENS

O TENS é um aparelho de baixa corrente e muito utilizado para a analgesia nos quadros de lesão, tanto aguda quanto crônica. No caso das lombalgias agudas, recomenda-se o uso de uma frequência alta, entre 100 e 200 Hz. Já nas dores crônicas, entre 50 e 100 Hz.

Além da analgesia, o TENS ainda reduz o espasmo muscular, reduz o edema e auxilia no fortalecimento do músculo.

Ultrassom

O ultrassom é muito utilizado no tratamento das lombalgias porque ajuda a aliviar a dor, aumentar o fluxo sanguíneo e reduzir a rigidez da articulação. Nessas situações, o mais recomendado é trabalhar no modo contínuo, com uma frequência de 1 MHz.

Laser

O laser é um tratamento não invasivo, que promove o alívio da dor. Além disso, os raios laser conseguem penetrar nos tecidos mais profundos, induzindo alterações fisiológicas capazes de causar uma regeneração na área aplicada. O laser pode ser usado também em outros distúrbios da coluna, como na região cervical e em casos de artrite, lesões ligamentares, lesões musculares e traumáticas agudas.

Termoterapia

Consiste na aplicação de calor ou de frio na área afetada. O frio é indicado para reduzir a dor, o espasmo muscular, as respostas inflamatórias e os edemas. Já o aquecimento ajuda a aumentar o fluxo sanguíneo, levando a um relaxamento do músculo.

Nos casos de lombalgia, o calor aumenta o metabolismo celular e melhora a extensibilidade do colágeno, reduzindo a rigidez articular.

Ondas curtas

Esse aparelho tem alta eficácia no tratamento da lombalgia. Como age aquecendo os tecidos, ele melhora o aporte sanguíneo para a área, reduzindo a rigidez articular, as dores e os espasmos musculares.

Porém, é sempre importante ficar atento às contraindicações de cada um dos equipamentos, garantindo que o tratamento proposto realmente trará benefícios ao paciente.

Exercícios

Os exercícios podem ser feitos tanto com a supervisão de um fisioterapeuta quanto em casa, e realizados com ou sem o uso de aparelhos e máquinas. A hidroterapia também é uma opção interessante, principalmente para os casos de pacientes com muita dor ou outras doenças relacionadas.

A realização dos exercícios visa reduzir a intensidade da dor lombar e auxiliar na recuperação global do paciente, porém nem sempre serão capazes de prevenir a ocorrência de novas crises, principalmente se a causa-base não for tratada.

Algumas dicas de exercícios que podem ser feitos são:

  • fortalecimento muscular com exercícios de estabilidade estática em cadeira cinética fechada — podem ser feitos em pé, sentado, deitado ou com o uso de bolas de tamanhos variados;
  • uso de therabands para aumentar gradualmente a resistência do paciente ao exercício;
  • exercícios que buscam estabilizar o movimento rotatório em cadeia cinética aberta;
  • nos exercícios acima, recomenda-se optar por aqueles que trabalhem os quatro membros ao mesmo tempo, favorecendo a movimentação do corpo sem que haja uma rotação da coluna;
  • exercícios de coordenação motora que requerem mais agilidade e não causem dor.

Alongamento

Os alongamentos devem ser feitos de forma passiva e sempre considerando o limiar de dor do paciente. Conforme a dor for diminuindo, é possível aumentar a amplitude dos movimentos, notando também uma redução na rigidez.

É possível pensar em incluir atividades que, ao mesmo tempo em que fortalecem, já alongam as fibras musculares, desde que o paciente não apresente muita dor, como os exercícios de cadeia lateral, com inclinação lateral do tronco, visando o fortalecimento da região dos oblíquos.

O objetivo é reorganizar a estrutura óssea e as articulações do paciente, reduzindo ou eliminando as causas da dor. Para isso, o profissional também poderá recorrer a alguns exercícios de Pilates, que visam o fortalecimento da região abdominal, responsável por manter a postura.

Manipulação vertebral

Em alguns casos, e dependendo da experiência do fisioterapeuta, a manipulação vertebral também é indicada. A ideia com a aplicação da técnica é liberar a tensão nas articulações da coluna, sendo mais recomendada para quadros de alteração postural, como escoliose.

Conforme o tratamento e as causas da lombalgia é possível ver melhoras logo na primeira sessão de fisioterapia, mas a recuperação total pode demorar mais, indo de 3 a 6 meses.

E, então, essas dicas foram úteis para ajudar a pensar em como tratar lombalgia? Aproveite e leia também este post sobre reeducação postural e os equipamentos que podem ser usados nesse processo!