A atrofia muscular é um termo genérico usado para qualquer condição que leve à fraqueza muscular. Ela pode ser causada tanto por condições adquiridas, devido ao envelhecimento, por exemplo, quanto por outros problemas e doenças base, como é o caso da esclerose lateral amiotrófica (ELA).
Em ambas as situações, contudo, a fisioterapia surge como uma aliada importante para tratar atrofia muscular e dar mais qualidade de vida aos pacientes. Quer saber mais sobre o assunto? Então, continue a leitura deste post!
O que é a atrofia muscular e quais são os tipos mais comuns?
Como dito, atrofia muscular é o nome usado para qualquer condição que leve à perda de tônus muscular. Na maioria das vezes, a condição tem tratamento e, dependendo da sua causa, pode ser revertida.
Existem basicamente dois tipos de atrofia: a causada por desuso e a neurogênica. A primeira é a mais comum e afeta principalmente os idosos, já que, conforme envelhecemos, existe naturalmente uma perda de massa muscular.
Além do envelhecimento, também é possível notar esse problema em pessoas sedentárias, que trabalham muito tempo sentadas, em quem tem uma má nutrição, em doentes acamados por um longo período ou em pessoas que passaram por cirurgias e tiveram que ficar imobilizados por um tempo.
Já a atrofia neurogênica está relacionada a doenças ou lesões dos nervos que se conectam aos músculos. Esses são casos mais graves e geralmente acontecem de maneira repentina.
Algumas condições que podem causar esse problema são:
- esclerose lateral amiotrófica (ELA);
- esclerose múltipla;
- distrofia muscular;
- síndrome de Guillan-Barret;
- neuropatias;
- AVC;
- uso de corticoides por tempo prolongado;
- osteoartrite;
- artrite reumatoide;
- poliomiosite;
- poliomielite;
- atrofia muscular espinhal.
Sintomas
Na atrofia muscular causada por desuso é possível notar a presença de músculos flácidos e fracos, sendo bem fácil de reconhecer o problema. Já na atrofia muscular neurogênica o diagnóstico é mais complicado, pois pode causar uma gama de sintomas, dependendo da doença de origem, como:
- postura inclinada;
- dores nas costas;
- dificuldades de caminhar;
- limitações dos movimentos do pescoço;
- contraturas no Tendão de Aquiles;
- perda de força em algum grupo muscular;
- dificuldades de contração da musculatura afetada.
Quais são os procedimentos e os aparelhos mais comuns para tratar atrofia muscular?
Nos casos de atrofia muscular por desuso, o tratamento geralmente é simples: melhorar o estado nutricional do paciente e investir na prática de atividades físicas, fortalecendo a musculatura de maneira global.
Agora, se existem causas neurológicas envolvidas, os exercícios, em geral, podem apenas evitar que a perda muscular se alastre, mas dificilmente conseguirão reverter os danos já sofridos. Nesses casos mais graves, o uso de aparelhos de fisioterapia traz resultados bem satisfatórios aos pacientes, em especial a eletroterapia.
Eletroterapia
A eletroterapia se baseia no uso de correntes elétricas para estimular a musculatura. Esses aparelhos têm uma grande gama de aplicações na fisioterapia, e até no ramo estético, ajudando a reduzir ou a aliviar os quadros de dor, as inflamações, melhorar problemas de incontinência urinária e também auxiliar no fortalecimento muscular.
Geralmente, nesse último caso, são usadas correntes elétricas alternadas, favorecendo a contração muscular, melhorando a hipertrofia e evitando a atrofia em casos de lesões, cirurgias ou pacientes acamados, por exemplo, que por algum motivo estão limitando o uso da musculatura em questão.
Tipos de eletroterapia
Os tipos de estimulação elétrica podem ser diferentes, dependendo da causa da atrofia muscular e do que se deseja com o equipamento. Alguns tipos mais comuns são:
- estimulação elétrica neuromuscular (NMES): é usada com altas intensidades buscando gerar uma contração muscular. Ela pode ser aplicada no músculo durante o movimento ou sem que ocorra um movimento funcional;
- estimulação neuromuscular funcional ou elétrica funcional (FNS ou FES): nesse tipo de tratamento, o objetivo é produzir ou favorecer o movimento funcional. A complexidade do uso pode variar dependendo do aparelho. Nos estimuladores com dois canais é possível favorecer a dorsiflexão, muito útil no tratamento de crianças com paralisia cerebral. Já nos estimuladores com múltiplos canais é possível melhorar a marcha e o equilíbrio em pacientes paraplégicos;
- estimulação elétrica terapêutica (TES): estimulação que produz efeitos sensoriais.
Estimulação elétrica de músculos atrofiados
A eletroterapia tem sido usada com sucesso também na recuperação de pacientes que se submeteram a cirurgias ortopédicas, como o reparo do ligamento cruzado anterior, ou que tenham distúrbios patelofemorais.
Nessas condições, o uso da eletroterapia para estimular a musculatura tem trazido bons resultados no ganho de força e para evitar a atrofia, sobretudo quando combinado com outros tipos de exercícios.
A estimulação elétrica também tem sido usada com sucesso nos tratamentos de pacientes com disfunções relacionadas ao assoalho pélvico, que podem trazer questões como incontinência fecal e urinária.
A estimulação elétrica e o tratamento do músculo desnervado
Esse ainda é um tema bem controverso dentro da fisioterapia. Em geral, os estudos apontam que a estimulação elétrica associada à reabilitação convencional não compromete a reinervação desses músculos e pode auxiliar no processo de tratamento.
Contudo, é primordial considerar o grau de gravidade da lesão e os sinais e sintomas de cada paciente.
Aplicações práticas da eletroterapia para tratar atrofia muscular
Como você viu, a eletroterapia pode ser aplicada para melhorar a contração muscular, favorecer a hipertrofia, ampliar o ganho de força, entre várias outras ações para pacientes com atrofia muscular.
Embora a eletroterapia possa ser aplicada tanto em músculos inervados quanto desnervados, é mais recomendável a sua utilização no primeiro caso. De qualquer forma, o uso em ambos os cenários é o mesmo.
Algumas orientações são importantes, como:
- escolha adequada do tamanho do eletrodo, que deve ser compatível com a região a ser estimulada e com a intensidade da contração — lembrando que eletrodos menores geram contrações mais fortes;
- a localização dos eletrodos considerando o ponto motor do músculo;
- a amplitude e a duração do pulso, lembrando que quanto mais curta for a duração do pulso, maior será a amplitude necessária;
- frequência da corrente, que pode começar mais baixa (em torno de 20 Hz) e com menor tempo de contração, minimizando a fadiga muscular;
- ciclo de trabalho e os tempos de rampa, que normalmente costumam ser moderados (entre 2 e 3 segundos) ou, em caso de correntes altas, com tempos mais longos, como 5 segundos;
- a frequência do tratamento, tanto o número de sessões quanto de contrações, que podem ir aumentando conforme a melhora do fortalecimento muscular do paciente.
Além da eletroestimulação, outras práticas podem ser usadas para tratar atrofia muscular, como as manipulações músculoesqueléticas e a hidroterapia, dependendo, claro, das causas da atrofia e do estado geral do paciente.
Gostou do texto e quer continuar se informando? Leia este post e descubra tudo sobre a eletroterapia!