Como estabelecer preço para as sessões de fisioterapia?

Ao abrir uma clínica ou consultório de fisioterapia, uma das principais dificuldades encontradas pelos profissionais é a de precificar o seus serviços. Diversas variáveis devem ser levadas em consideração para definir o preço da sessão, o que não é uma tarefa fácil.

Os fisioterapeutas têm medo de colocar preços altos ou baixos demais, o que poderia prejudicar o atendimento e a imagem da clínica nos dois casos.

Por isso, neste texto apresentaremos alguns pontos que devem ser levantados para precificar os seus serviços. Acompanhe!

Valor do serviço x Preço

Em primeiro lugar, é preciso entender a diferença entre o preço e o valor do serviço oferecido pelo fisioterapeuta.

O preço é a quantia em dinheiro que será cobrada pela sessão ou consulta de fisioterapia. O valor está relacionado ao benefício atribuído pelo atendimento oferecido e a despesa ligada a ele. Dessa forma, o preço do serviço fisioterápico é a base para determinar o custo mínimo, que será acrescido de acordo com o valor dele.

Para que isso seja aplicado na clínica, é preciso agregar valor ao serviço prestado. A qualidade e excelência do atendimento devem ser prezadas em todas as sessões, com todos os pacientes — é interessante, também, pesquisar quais itens eles mais valorizam na fisioterapia.

Só assim o fisioterapeuta poderá alegar que seu serviço tem valor e, assim, precificar além do preço mínimo.

Valores de referência

Atualmente, o mercado de fisioterapia é bastante concorrido e existem grandes diferenças entre os preços cobrados pelas sessões. Por isso, os profissionais devem buscar diferentes fontes para se basear e, a partir daí, definir seus próprios valores.

Para começar, o fisioterapeuta deve consultar o Referencial Nacional de Procedimentos Fisioterapêuticos (RNPF), elaborado pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional (COFFITO). Ele estabelece os coeficientes de honorários fisioterapêuticos, com os valores base mínimos para os diferentes procedimentos, como:

  • consulta fisioterápica hospitalar, ambulatorial ou domiciliar;
  • atendimento fisioterapêutico por meio de procedimentos, técnicas manuais ou métodos específicos;
  • atendimento fisioterapêutico para disfunções dos diferentes sistemas;

Os valores estabelecidos no RNPF servem de referência para nortear a precificação e não para defini-la. Outra estratégia que pode ser usada é a de analisar os preços da concorrência a fim de saber quanto as outras clínicas estão cobrando pelos serviços. Com isso, fica mais fácil ter uma noção de como está a média de custos do mercado.

Custos mensais fixos

A precificação das consultas de fisioterapia não depende apenas de quesitos ligados ao atendimento em si, mas também de questões operacionais relacionadas ao ambiente físico e ao pessoal. Os custos mensais precisam ser conhecidos para que sejam cobertos pelo preço das sessões.

Os profissionais devem saber com precisão os custos mensais fixos, que incluem:

  • aluguel do espaço e condomínio;
  • salários dos funcionários;
  • contas de água, luz, telefone e internet;
  • manutenção dos aparelhos utilizados;
  • gastos com combustível para deslocamento — nos casos de atendimento domiciliar.

Os custos mensais variáveis também devem ser considerados, pois fazem parte do atendimento e podem ser um grande impacto financeiro em alguns momentos (demissões e contratações, consertos em geral, ampliação da clínica).

Lembre-se também que os custos futuros precisam ser considerados, principalmente com o crescimento e ascensão da clínica. Nesse ponto estão inclusos gastos como encargos sociais e renovação dos equipamentos.

Uma boa gestão financeira, com definição clara dos custos, ajuda o profissional a definir com clareza o valor mínimo que precisa ser faturado ao fim do mês para cobrir as despesas. E assim, poderá definir também o necessário para obter uma margem de lucro.

Tipo de atendimento

O tipo de atendimento realizado durante as sessões fisioterápicas também tem impacto sobre a precificação dos serviços oferecidos. Algumas especialidades fisioterapêuticas permitem que a assistência seja feita de forma coletiva, o que diminui os preços que devem ser cobrados.

O próprio COFFITO define valores base diferentes para os atendimentos de acordo com o sistema afetado e o procedimento realizado, pois exigem mais ou menos tempo do profissional, diferentes níveis de capacitação e uso de aparelhos.

Os preços variam de acordo com as especialidades:

  • atendimento a disfunções do sistema nervoso central ou periférico;
  • atendimento a disfunções do sistema cardiovascular;
  • atendimento a disfunções do sistema locomotor (músculo esquelético);
  • atendimento no pré e pós-cirúrgico.

Capacitação do profissional

O preço cobrado pelas sessões de fisioterapia também deve estar ligado à capacitação do profissional que presta o atendimento. Afinal, quanto mais capacitado for o fisioterapeuta, mais tempo e dinheiro ele dedicou aos estudos, agregando valor ao seu serviço.

A titulação do profissional está diretamente ligada ao valor agregado ao seu atendimento. Os pacientes devem ter acesso às informações referentes à formação, pós-graduação e cursos capacitantes feitos pelos fisioterapeutas da clínica. Quanto maior a capacitação do profissional, maior será o preço cobrado pela sua sessão.

Com esse pensamento, é possível aceitar que dois profissionais de uma mesma clínica cobrem preços diferentes pelo seu atendimento. Fisioterapeutas com menor tempo de formação e, consequentemente, menor capacitação, poderão cobrar menos do que aqueles mais experientes e capacitados.

O conhecimento teórico e a experiência do profissional devem ser valorizados na hora de precificar a sessão fisioterápica, e isso precisa estar claro também para o paciente.

Preço adequado ao paciente

Outra preocupação importante para a definição dos preços das sessões é a adequação de acordo com a população atendida pela clínica. O valor precisa ser justo para os pacientes, isto é, deve estar de acordo com o perfil do estabelecimento e a sua localização.

Em primeiro lugar, é preciso definir qual é o perfil do paciente que será atendido, levando em consideração sua renda e costumes com gastos de saúde. Não adianta abrir um consultório em um bairro mais simples, com uma população com menor poder aquisitivo e colocar preços altíssimos para as sessões fisioterápicas.

Precificar os seus serviços de fisioterapia é um processo que exige paciência e dedicação a fim de que o preço estabelecido seja justo para os pacientes e reflita o valor do seu atendimento.

E você, conhece algum outro quesito que influencia no preço das sessões de fisioterapia? Então, deixe um comentário neste post e compartilhe com a gente a sua experiência!