Conheça 4 usos do goniômetro

O trabalho da flexibilidade corporal e da amplitude de movimentos é essencial para diversas atividades do nosso dia a dia. A flexibilidade é responsável por proporcionar um ganho de qualidade dos movimentos corporais, ajudar na postura corporal e na sensação de rejuvenescimento do corpo, além de prevenir cardiopatias, as lesões articulares e musculares e outras doenças.

O profissional fisioterapeuta é o responsável por realizar a avaliação e a mensuração da amplitude dos movimentos articulares, por meio da goniometria. O aparelho utilizado pelo fisioterapeuta é o goniômetro.

Neste texto, falaremos sobre a goniometria e o uso do goniômetro. Acompanhe!

O que é o goniômetro?

A goniometria é o processo de medição da amplitude de movimento (ADM) que cada articulação do corpo é capaz de realizar. A medida é realizada pelo goniômetro, aparelho específico para a mensuração dos ângulos de movimentação das articulações.

Existem diferentes modelos de goniômetro, e seu material pode ser plástico ou metálico. É um instrumento de fácil utilização, baixo custo, higienização simples, não invasivo e com durabilidade. O goniômetro universal é o mais utilizado, e é formado pelo braço fixo ou estacionário, pelo braço móvel e pelo corpo do círculo. Suas características estruturais e de uso são:

  • um parafuso liga o braço móvel ao braço fixo e ao corpo do círculo;
  • o eixo do braço fixo deve estar alinhado com o segmento adjacente à articulação estudada;
  • o braço móvel se movimenta de acordo com o movimento da articulação;
  • o braço fixo fica parado, enquanto o braço móvel que faz o movimento;
  • a articulação que será avaliada deverá ser colocada em posição inicial de zero grau;
  • para avaliação correta, deve-se permitir uma amplitude de movimento completa.

Para que ele serve?

O uso do goniômetro é um método de avaliação e diagnóstico das condições músculo-esqueléticas, com medidas precisas da amplitude de movimento das articulações e dos tecidos moles. Os valores que são obtidos com a goniometria podem indicar se há ou não disfunção, quantificar as limitações dos ângulos articulares e realizar comparações da avaliação inicial com avaliações subsequentes, após a implantação de técnicas de tratamento.

Os outros objetivos da goniometria são:

  • estabelecimento de um diagnóstico músculo-esquelético;
  • estabelecimento dos objetivos do tratamento;
  • direcionamento da fabricação de órteses;
  • avaliação da melhora ou recuperação funcional;
  • modificação do tratamento.

Quais são os usos do goniômetro?

Como falamos, a amplitude de movimento de todas as articulações do corpo podem ser mensuradas com o uso do goniômetro. Para isso, o examinador precisa ter conhecimentos referentes a:

  • posições recomendadas para a realização do teste;
  • conhecimento dos valores de referência normais para cada segmento;
  • estabilização necessária para cada avaliação;
  • limites ósseos anatômicos;
  • alinhamento correto do instrumento;
  • determinação do fim da amplitude de movimento (sensação final);
  • palpação adequada dos pontos anatômicos.

Para cada articulação avaliada, existem diferentes itens de avaliação: flexão, extensão, abdução, adução. Antes da realização do exercício, é preciso explicar ao paciente o que será realizado e qual movimento ele deve fazer.

A seguir, citamos algumas das principais articulações avaliadas pelo goniômetro.

1. Goniometria do ombro

A avaliação principal da goniometria do ombro inclui flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa. As particularidades de cada avaliação são:

  • flexão: amplitude articular de 0-180º; paciente sentado ou em decúbito dorsal; manter a articulação do cotovelo em extensão e precaução para não elevar a escápula;
  • extensão: amplitude articular de 0-45º; paciente sentado, em pé ou em decúbito ventral; evitar a flexão do tronco ou elevação da escápula;
  • abdução: amplitude articular de 0-180º; paciente sentado ou em pé de costas para o avaliador; evitar a flexão da coluna vertebral para o lado contralateral;
  • adução: amplitude articular de 0-40º; paciente sentado com cotovelo, punho e dedos estendidos; evitar a rotação do tronco;
  • rotação interna (medial): amplitude articular de 0-90º; paciente deitado com ombro e cotovelo fletidos; manter a articulação do ombro abduzida em 90º;
  • rotação externa (lateral): amplitude articular de 0-90º; paciente deitado com ombro e cotovelos fletidos; manter a articulação do ombro abduzida em 90º.

2. Goniometria do cotovelo

A goniometria do cotovelo avalia a flexão e a extensão da articulação. O movimento de extensão é classificado como o retorno da flexão. Para ambas as avaliações, o paciente deve estar sentado ou em pé, com o membro superior posicionado junto ao tronco, de forma a obedecer a posição anatômica.

A amplitude articular varia de 0-145º. Deve-se verificar a posição do antebraço, caso não esteja na posição anatômica, e evitar a flexão da articulação do ombro.

3. Goniometria do quadril

A goniometria do quadril inclui a avaliação da flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa:

  • flexão: amplitude articular de 0-125º com o joelho fletido e de 0-90º com o joelho estendido; paciente deitado em decúbito dorsal; manter o membro oposto plano sobre a mesa;
  • extensão: amplitude articular de 0-10º; o paciente deve estar em decúbito ventral ou lateral; manter as espinhas ilíacas ântero-superiores planas sobre a mesa;
  • abdução: amplitude articular de 0-45º; o paciente deve ser colocado em decúbito dorsal observando o alinhamento corporal; evitar a inclinação lateral da coluna;
  • adução: amplitude articular de 0-15º; paciente em decúbito dorsal; medida feita na região anterior da coxa sobre a articulação do quadril;
  • rotação interna (medial): amplitude articular de 0-45º; o paciente deve estar sentado com o joelho e o quadril fletidos a 90º e em posição neutra; evitar que a pelve se afaste da mesa;
  • rotação externa (lateral): amplitude articular de 0-45º; o paciente deve estar sentado com o joelho e o quadril fletidos a 90º e em posição neutra; evitar a rotação da pelve para o lado contrário.

4. Goniometria do joelho

A goniometria do joelho avalia a flexão e a extensão da articulação. A extensão representa o retorno a partir da flexão do joelho. O paciente deve ficar em decúbito dorsal com o quadril e joelho fletidos, de preferência.

A amplitude articular varia de 0-140º. As precauções necessárias incluem: evitar a rotação do quadril e deixar a articulação fletida, evitando o estiramento do músculo reto femoral.

As outras articulações que podem ser avaliadas com o uso do goniômetro incluem: coluna cervical, rádio ulnar, punho, primeiro metacarpo, articulação metacarpofalângica, articulação interfalângica dos dedos da mão, tornozelo, articulação metatarsofalângica, articulação interfalângica dos dedos dos pés e coluna lombar.

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