A gameterapia é uma estratégia que vem sendo utilizada para aliviar sintomas dolorosos e diminuir o consumo exagerado de medicamentos. Sua técnica envolve recursos de realidade virtual e atraem profissionais de diversas áreas.
O que antes era visto como diversão, hoje em dia, tem possibilitado tratar pacientes com pouca adesão a farmacoterapia ou a sessões de fisioterapia, pois as consideram entediantes e não vislumbram resultados clínicos imediatos.
Sendo assim, estratégias que modifiquem esse padrão, motivem os pacientes e aumentem as chances de recuperação são sempre bem-vindas.
Os benefícios clínicos e econômicos são percebidos em pouco tempo, além da melhoria da qualidade de vida do paciente. Isso porque os recursos tecnológicos, aliados ao conhecimento científico, tornaram possível adaptar a diversão para o cuidado ao paciente.
Além disso, os estudos estão ampliando as indicações clínicas da gameterapia e a reabilitação está entre as mais procuradas. O retorno às atividades cotidianas é algo almejado por todos os pacientes com lesões ou doenças articulares.
Todavia, sua implantação ainda não é uma atividade frequente nas instituições de saúde, necessitando de profissionais clínicos treinados e ambiente propício para a realização dessa prática.
Quer entender um pouco mais sobre gameterapia? Então, acompanhe nosso post de hoje e descubra seus fundamentos!
Afinal, o que é gameterapia?
É uma técnica que utiliza jogos virtuais para tratar, desde distúrbios emocionais, até problemas de natureza ósseo articular. No primeiro caso, são relatados casos clínicos de pacientes com diagnóstico de depressão e fobias.
No segundo caso, os resultados apontam mudanças positivas no condicionamento físico de pacientes que foram submetidos à gameterapia. O que difere são os tipos de jogos utilizados e o quanto a pessoa se motiva com essa abordagem.
A gameterapia funciona por intermédio de programas de videogame ou de softwares desenvolvidos para essa finalidade. Por meio de plataformas e sensores, é possível interagir virtualmente em um dos ambientes propostos, que podem ser aventuras espaciais, escaladas em montada ou danças ritmadas.
Quais são os fundamentos dessa técnica?
Também conhecida como reabilitação virtual, a gameterapia estimula a atividade cerebral e contribui para o equilíbrio corporal. Isso acontece porque a prática recruta um número maior de regiões cerebrais, incluindo parte do cerebelo.
Além disso, aumenta os níveis de satisfação e motivação devido à liberação de neurotransmissores excitatórios, uma vez que a atividade tende a ser prazerosa para os indivíduos que a praticam.
A prática, ainda, estimula a concentração e a memória, contribuindo para a melhora dos aspectos cognitivos dos pacientes com distúrbios psiquiátricos associados. As sessões de movimentos repetitivos também aumentam a habilidade motora.
Porém, todos os movimentos devem ser supervisionados por especialistas, mesmo aqueles em que se utilizam os videogames comuns, tais como Nintendo e Xbox, pois qualquer movimento inadequado pode comprometer o tratamento.
Quais são as indicações clínicas da gameterapia?
As indicações clínicas da gameterapia incluem tratamento e recuperação de lesões, reabilitação motora, condicionamento físico, além de fortalecimento muscular e reestruturação postural.
Os ambientes virtuais simulam exercícios, que serão captados por sensores de movimento. Nesse contexto, os pacientes executam atividades direcionadas ao problema articular detectado.
Também existem softwares para recrutamento dos membros superiores, especificamente para aqueles indivíduos com lesões importantes nessa área. Os jogos podem incluir competições ou apenas exercícios condicionados
Para os pacientes que necessitam de fortalecimento muscular e reestruturação postural são indicadas outras modalidades de reabilitação virtual, com metas para alcance dos resultados em longo prazo.
Modalidades esportivas transformadas em jogos virtuais podem beneficiar pacientes com disfunções ortopédicas ou com rigidez de movimentos. Exemplo disso são o tênis, o boliche e o boxe, indicados para indivíduos com doença de Parkinson.
Além disso, a reabilitação virtual pode ser uma ótima ferramenta para as crianças, que costumam não ter paciência para tratamentos monótonos e repetitivos. Com o uso de videogames, elas praticam os exercícios solicitados pelos profissionais como se estivessem brincando.
Pacientes que sofreram lesões cerebrais significativas também têm apresentado resultados surpreendentes. As principais justificativas para esse efeito é devido à neuroplasticidade cerebral.
A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de reestruturar suas funções, ora perdidas devido à perda de massa encefálica ou à falta de estímulo por causa de isquemia ou de doenças neurodegenerativas.
A gameterapia estimula áreas neuronais e articulares de modo inconsciente, de forma que os pacientes realizam os movimentos, mesmo que repetitivos, sem perceberem a prática em si.
Quais são os benefícios da técnica?
Buscando por alternativas terapêuticas menos invasivas, a gameterapia ganhou muitos adeptos. Isso porque ela pode ser utilizada como uma terapia adjuvante ou exclusiva no tratamento de problemas clínicos.
Quando associada a terapias farmacológicas, principalmente em estados clínicos dolorosos, os pacientes relatam menor frequência de utilização dos analgésicos. A razão para isso é que ocorrerá a liberação das endorfinas fisiológicas — substância muito efetiva na dor.
Outro benefício amplamente reconhecimento é a troca de curativos de pessoas com queimaduras graves, processo que causa incômodo e dor. Durante a sessão de troca de curativo, os pacientes se distraem com jogos interativos e não prestam atenção ao procedimento, que é realizado sem interrupções.
Devido a essas vantagens, os custos finais do tratamento são reduzidos, o paciente se recupera em menor tempo e não existe um risco em longo prazo, se comparado às terapias farmacológicas.
A gameterapia tem contraindicações?
Em princípio, não existem contraindicações para a realização da reabilitação virtual. Porém, alguns profissionais são mais cautelosos ao indicar essa prática para pacientes com situações clínicas específicas.
Dependendo do tipo de jogo e da forma como será abordado, pacientes que sofrem de labirintite ou outro distúrbio do movimento precisam de avaliação dos profissionais clínicos.
Indivíduos que têm úlceras de pressão nos locais em que serão inseridos os sensores também devem ser orientados quanto à efetividade da gameterapia. E aqueles com infecções supurativas precisam aguardar a cicatrização.
A gameterapia é um recurso terapêutico que está ganhando cada dia mais adeptos. Essa prática tende a reduzir o número e a frequência de utilização de medicamentos, além de ser considerada uma técnica não invasiva. As possibilidades de tratamento são diversas e as contraindicações são mínimas, basta apenas escolher uma instituição em que esse procedimento seja desenvolvido de forma eficaz e com supervisão de especialistas.
E você, já implantou a gameterapia em sua clínica? Entendeu os fundamentos dessa prática? Se gostou do texto, compartilhe nas redes sociais!