A diatermia por ondas curtas é uma técnica bastante conhecida no universo da fisioterapia. Ela produz um calor profundo, que ajuda no tratamento de vários tipos de lesões e problemas, reduzindo as dores e devolvendo as funções normais dos pacientes.
Porém, para conseguir o efeito desejado é preciso compreender muito bem de que forma esses equipamentos funcionam e, claro, quais são os tipos de eletrodos mais usados — assim como suas indicações e aplicações.
Você também compartilha dessas dúvidas? Então, continue a leitura e saiba tudo sobre esse assunto!
O que é a diatermia e quando ela é indicada?
A diatermia por ondas curtas é um aparelho que usa uma radiação não-ionizante da porção de frequência de rádio do espectro eletromagnético para produzir calor, que é enviado aos tecidos mais profundos do nosso corpo. Geralmente, a banda de radiofrequência gira em torno dos 27 MHz.
Os efeitos fisiológicos das ondas curtas são obtidos graças à presença do campo eletromagnético, que cria correntes bem pequenas e um campo magnético dentro dos tecidos.
Alguns dos efeitos que o uso desse aparelho pode trazer são:
- aumento na captação de oxigênio;
- remoção de metabólitos mais rápida;
- modificações na velocidade das conduções nervosas;
- aumento do metabolismo e do fluxo sanguíneo;
- redução da fadiga e da força muscular por cerca de 2 horas depois da aplicação;
- cicatrização de feridas acelerada;
- regeneração dos tecidos moles;
- redução da rigidez articular;
- alívio dos espasmos e das dores;
- rápida reabsorção de edemas e hematomas;
- melhora nos quadros inflamatórios.
Justamente por esses efeitos, a diatermia é indicada para muitos casos, como:
- bursite crônica;
- braquialgia;
- contusão e contratura;
- entorse;
- esporão calcâneo;
- neurites e neuralgias;
- lombalgia;
- fibroses;
- artrite e artrose crônicas;
- anquilose;
- dorsalgia;
- espasmos paravertebrais;
- espondilite;
- isquialgia;
- miogelose.
Quais são os tipos de eletrodos e de aplicações dos aparelhos de ondas curtas?
A diatermia por ondas curtas pode ser aplicada a partir de dois métodos, o capacitivo e o indutivo, que por sua vez também precisarão de tipos de eletrodos diferenciados.
Técnica Capacitiva
Nesse tipo de técnica, o sinal das ondas curtas é aplicado com o uso de dois eletrodos capacitivos, que têm duas variantes: Placas de Silicone e os Eletrodos Schliephake.
A técnica necessita de eletrodos com o mesmo tamanho, que devem ser um pouco maiores que a parte do corpo em que serão colocados, e precisam ser aplicados de maneira equidistante e formando um ângulo reto com a pele.
Os eletrodos podem ser dispostos pelo modo longitudinal (um eletrodo em cada extremidade do membro), coplanar (ambos aplicados no mesmo lado do membro) ou contraplanar (um eletrodo em cada lado do membro).
Os tipos de eletrodos usados são:
Placas de Silicone
São placas metálicas flexíveis de silicone. Elas podem se apresentar em tamanhos variados (pequeno, médio e grande). Outra característica importante é que o espaçamento entre o eletrodo e a pele do paciente é feito com toalhas e cobertores.
Eletrodos de Schliephake
São discos metálicos planos, acoplados a espécies de braços mecânicos, que permitem movimentos universais, facilitando o posicionamento dos eletrodos na área a ser tratada.
Esses eletrodos são cobertos com um envoltório, que pode ser de borracha, plástico ou vidro, responsáveis por manter a distância entre a pele e a placa capacitora. Eles ainda têm um dispositivo interno, que permite variar a distância entre o eletrodo e a pele.
Essa variação é muito importante porque faz com que a concentração de calor seja aplicada apenas no local desejado, ou ainda variar entre calor profundo ou superficial.
A aplicação desse tipo de eletrodo pode ser feita:
- buscando um aquecimento profundo, usando 2 eletrodos próximos ao local a ser tratado;
- para um aquecimento superficial, com 2 eletrodos distantes entre 1 a 2,5 cm do local a ser tratado;
- apenas com 1 eletrodo de Schliephake e outro capacitivo, que deverá estar envolto em uma toalha.
Técnica Indutiva
Nessa técnica, uma corrente elétrica é gerada dentro do aparelho e transmitida para uma bobina. Essa corrente, por sua vez, acaba criando um campo magnético em ângulo reto com o fluxo da corrente, que é direcionado para a parte do corpo a ser tratada.
A técnica indutiva de diatermia usa a geração de pequenas correntes parasitas, que causam um aumento da temperatura nos tecidos tratados, e são responsáveis por gerar os efeitos fisiológicos esperados. O campo magnético, por sua vez, age apenas como um meio transportador, levando essa corrente até os tecidos.
Os tipos de eletrodo usados são:
Eletrodo do tipo tambor
É um único eletrodo feito em formato de tambor, que contém no seu interior uma bobina indutiva. A aplicação do tambor deverá ser próxima à área a ser tratada, de modo que a bobina fique paralela à superfície da pele.
Nesse tipo de eletrodo, o paciente não faz parte do circuito, apenas receberá a energia eletromagnética por meio da indução da bobina.
Eletrodo do tipo cabo
Esse eletrodo é um cabo com isolamento, por onde passa a corrente elétrica, que cria um campo eletromagnético em torno da região a ser tratada. É importante que nenhuma parte do cabo seja tocada, para evitar o autocircuito.
Outro ponto fundamental é buscar aumentar a distância entre o cabo e a pele do paciente usando toalhas secas.
Quais são os cuidados com o uso de ondas curtas na fisioterapia?
Antes de optar pelo tratamento com diatermia de ondas curtas, é importante prestar atenção a alguns parâmetros básicos, como:
- a frequência a ser aplicada;
- a intensidade do calor, que deverá estar de acordo com a sensibilidade do paciente;
- o tempo de aplicação (que deverá ser entre 10 e 30 minutos, no máximo);
- a sintonia, que depende do acoplamento correto dos eletrodos e também da calibração do aparelho;
- o método de aplicação a ser usado.
Quando a diatermia por ondas curtas não é indicada?
Como em todos os tratamentos, a diatermia por ondas curtas também tem contraindicações, não devendo ser usada em:
- pacientes com processos hemorrágicos;
- pacientes que apresentem febre, processos infecciosos ou tuberculose pulmonar ou óssea;
- gestantes;
- pessoas com doenças arteriais, flebite ou trombose venosa profunda;
- mulheres em períodos pré-menstruais;
- pessoas com infecção urinária ou renal;
- pacientes epilépticos ou com neoplasias;
- pessoas com osteomielite;
- pessoas com debilidade cognitiva;
- em regiões com edemas, nas áreas abdominais, em tecido isquêmico, em áreas anestesiadas ou ainda sobre o plástico ou náilon;
- em feridas abertas;
- em pessoas que fazem uso do marcapasso;
- nas primeiras 48 horas após um trauma.
Como você pôde notar, a diatermia por ondas curtas é muito usada na fisioterapia, e conhecer bem os tipos de eletrodos e suas indicações é extremamente importante para garantir um tratamento adequado a cada necessidade dos pacientes.
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