O trabalho da flexibilidade corporal e da amplitude de movimentos é essencial para diversas atividades do nosso dia a dia. A flexibilidade é responsável por proporcionar um ganho de qualidade dos movimentos corporais, ajudar na postura corporal e na sensação de rejuvenescimento do corpo, além de prevenir cardiopatias, as lesões articulares e musculares e outras doenças.
O profissional fisioterapeuta é o responsável por realizar a avaliação e a mensuração da amplitude dos movimentos articulares, por meio da goniometria. O aparelho utilizado pelo fisioterapeuta é o goniômetro.
Neste texto, falaremos sobre a goniometria e o uso do goniômetro. Acompanhe!
O que é o goniômetro?
A goniometria é o processo de medição da amplitude de movimento (ADM) que cada articulação do corpo é capaz de realizar. A medida é realizada pelo goniômetro, aparelho específico para a mensuração dos ângulos de movimentação das articulações.
Existem diferentes modelos de goniômetro, e seu material pode ser plástico ou metálico. É um instrumento de fácil utilização, baixo custo, higienização simples, não invasivo e com durabilidade. O goniômetro universal é o mais utilizado, e é formado pelo braço fixo ou estacionário, pelo braço móvel e pelo corpo do círculo. Suas características estruturais e de uso são:
- um parafuso liga o braço móvel ao braço fixo e ao corpo do círculo;
- o eixo do braço fixo deve estar alinhado com o segmento adjacente à articulação estudada;
- o braço móvel se movimenta de acordo com o movimento da articulação;
- o braço fixo fica parado, enquanto o braço móvel que faz o movimento;
- a articulação que será avaliada deverá ser colocada em posição inicial de zero grau;
- para avaliação correta, deve-se permitir uma amplitude de movimento completa.
Para que ele serve?
O uso do goniômetro é um método de avaliação e diagnóstico das condições músculo-esqueléticas, com medidas precisas da amplitude de movimento das articulações e dos tecidos moles. Os valores que são obtidos com a goniometria podem indicar se há ou não disfunção, quantificar as limitações dos ângulos articulares e realizar comparações da avaliação inicial com avaliações subsequentes, após a implantação de técnicas de tratamento.
Os outros objetivos da goniometria são:
- estabelecimento de um diagnóstico músculo-esquelético;
- estabelecimento dos objetivos do tratamento;
- direcionamento da fabricação de órteses;
- avaliação da melhora ou recuperação funcional;
- modificação do tratamento.
Quais são os usos do goniômetro?
Como falamos, a amplitude de movimento de todas as articulações do corpo podem ser mensuradas com o uso do goniômetro. Para isso, o examinador precisa ter conhecimentos referentes a:
- posições recomendadas para a realização do teste;
- conhecimento dos valores de referência normais para cada segmento;
- estabilização necessária para cada avaliação;
- limites ósseos anatômicos;
- alinhamento correto do instrumento;
- determinação do fim da amplitude de movimento (sensação final);
- palpação adequada dos pontos anatômicos.
Para cada articulação avaliada, existem diferentes itens de avaliação: flexão, extensão, abdução, adução. Antes da realização do exercício, é preciso explicar ao paciente o que será realizado e qual movimento ele deve fazer.
A seguir, citamos algumas das principais articulações avaliadas pelo goniômetro.
1. Goniometria do ombro
A avaliação principal da goniometria do ombro inclui flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa. As particularidades de cada avaliação são:
- flexão: amplitude articular de 0-180º; paciente sentado ou em decúbito dorsal; manter a articulação do cotovelo em extensão e precaução para não elevar a escápula;
- extensão: amplitude articular de 0-45º; paciente sentado, em pé ou em decúbito ventral; evitar a flexão do tronco ou elevação da escápula;
- abdução: amplitude articular de 0-180º; paciente sentado ou em pé de costas para o avaliador; evitar a flexão da coluna vertebral para o lado contralateral;
- adução: amplitude articular de 0-40º; paciente sentado com cotovelo, punho e dedos estendidos; evitar a rotação do tronco;
- rotação interna (medial): amplitude articular de 0-90º; paciente deitado com ombro e cotovelo fletidos; manter a articulação do ombro abduzida em 90º;
- rotação externa (lateral): amplitude articular de 0-90º; paciente deitado com ombro e cotovelos fletidos; manter a articulação do ombro abduzida em 90º.
2. Goniometria do cotovelo
A goniometria do cotovelo avalia a flexão e a extensão da articulação. O movimento de extensão é classificado como o retorno da flexão. Para ambas as avaliações, o paciente deve estar sentado ou em pé, com o membro superior posicionado junto ao tronco, de forma a obedecer a posição anatômica.
A amplitude articular varia de 0-145º. Deve-se verificar a posição do antebraço, caso não esteja na posição anatômica, e evitar a flexão da articulação do ombro.
3. Goniometria do quadril
A goniometria do quadril inclui a avaliação da flexão, extensão, abdução, adução, rotação interna e rotação externa:
- flexão: amplitude articular de 0-125º com o joelho fletido e de 0-90º com o joelho estendido; paciente deitado em decúbito dorsal; manter o membro oposto plano sobre a mesa;
- extensão: amplitude articular de 0-10º; o paciente deve estar em decúbito ventral ou lateral; manter as espinhas ilíacas ântero-superiores planas sobre a mesa;
- abdução: amplitude articular de 0-45º; o paciente deve ser colocado em decúbito dorsal observando o alinhamento corporal; evitar a inclinação lateral da coluna;
- adução: amplitude articular de 0-15º; paciente em decúbito dorsal; medida feita na região anterior da coxa sobre a articulação do quadril;
- rotação interna (medial): amplitude articular de 0-45º; o paciente deve estar sentado com o joelho e o quadril fletidos a 90º e em posição neutra; evitar que a pelve se afaste da mesa;
- rotação externa (lateral): amplitude articular de 0-45º; o paciente deve estar sentado com o joelho e o quadril fletidos a 90º e em posição neutra; evitar a rotação da pelve para o lado contrário.
4. Goniometria do joelho
A goniometria do joelho avalia a flexão e a extensão da articulação. A extensão representa o retorno a partir da flexão do joelho. O paciente deve ficar em decúbito dorsal com o quadril e joelho fletidos, de preferência.
A amplitude articular varia de 0-140º. As precauções necessárias incluem: evitar a rotação do quadril e deixar a articulação fletida, evitando o estiramento do músculo reto femoral.
As outras articulações que podem ser avaliadas com o uso do goniômetro incluem: coluna cervical, rádio ulnar, punho, primeiro metacarpo, articulação metacarpofalângica, articulação interfalângica dos dedos da mão, tornozelo, articulação metatarsofalângica, articulação interfalângica dos dedos dos pés e coluna lombar.
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