Há muito tempo a água é reconhecida pelas suas capacidades terapêuticas. De fato, os romanos antigos já faziam uso dos banhos em águas termais, pois acreditava-se que o calor e o movimento da água poderia curar doenças. De certa forma, esse é o princípio do turbilhão na fisioterapia, que tem trazido muitos benefícios para pacientes lesionados em recuperação.
Os exercícios feitos embaixo d’água ajudam na reabilitação das funções dos indivíduos, prática conhecida como hidroterapia, aquaterapia ou, até mesmo, fisioterapia aquática. Continue a leitura e entenda as vantagens de se ter esse aparelho na sua clínica. Confira!
O que é e como funciona o turbilhão?
O turbilhão é um aparelho que pode ser colocado em um tanque, banheira ou piscina, que aquece e provoca um turbilhonamento na água — movimentação parecida com a de uma banheira de hidromassagem.
A temperatura ideal fica em torno de 38 °C a 40 °C, mas pode variar conforme a indicação do fisioterapeuta. Por exemplo:
- menos de 25 °C: usado para tratar áreas com edemas;
- 32 °C: tonificar músculos;
- 37 °C ou 38 °C: relaxar os músculos;
- 38 °C a 40 °C: dilatar vasos, reduzir a pressão sanguínea e melhorar a circulação.
A pressão do turbilhonamento também pode ser regulada de acordo com a necessidade de cada pessoa. De qualquer forma, é uma atividade confortável e relaxante, o que facilita a adesão do paciente.
Uma sessão dura em média de 20 a 40 minutos, dependendo da aplicação. Também podem ser usados utensílios, como bolas, pesos ou arcos, para intensificar os movimentos.
Quais são os benefícios do turbilhão na fisioterapia?
A hidroterapia pode ser usada em diversos tipos de lesão, mas é aplicada usualmente em edemas antigos que se formam, principalmente, depois de luxações e fraturas. Ela também ajuda a recuperar os movimentos de músculos e articulações dos membros inferiores e superiores, podendo ser realizada de forma local ou em atividades que envolvam a submersão do corpo (como na hidroginástica).
Além disso, a hidroterapia pode ser utilizada na recuperação de pessoas amputadas, reduzindo a sensação de mal-estar no coto. É um forma de aliviar dores e exercitar alguma parte do corpo sem provocar impacto em outras. Em geral, tem os seguintes benefícios:
- diminui a ocorrência e a intensidade de espasmos e contrações musculares;
- melhora a coordenação motora;
- ativa a circulação sanguínea;
- equilibra as funções do sistema cardiorrespiratório;
- melhora o movimento das articulações e a resistência dos músculos;
- aumenta a consciência corporal e o estado de autoconfiança do paciente;
- relaxa os músculos e alivia a dor e o estresse.
A água ainda ajuda a reduzir o impacto das atividades, uma vez que o próprio peso do corpo pode provocar lesões em outras articulações e músculos. É uma forma mais leve de trabalhar uma área, sem prejudicar o restante, como pode acontecer com outros tipos de exercícios.
Também é importante destacar as vantagens da hidroterapia do ponto de vista psicológico. Além de diminuir o estresse, ajuda a combater a ansiedade e contribui aumentando o bem-estar geral do paciente e a autoestima, problemas muitas vezes associados aos transtornos relacionados a seguir.
Para quais pacientes ele é indicado?
O turbilhão é recomendado para a recuperação de pacientes com problemas neurológicos, psicológicos e lesões de modo geral. A técnica é bastante indicada para reabilitar atletas lesionados ou mesmo após o treino ou jogos. As mulheres grávidas ainda se beneficiam com o alívio da dor nas costas e nas pernas e com a redução do inchaço.
Resumidamente, a hidroterapia pode ser usada em pacientes com:
- artrite;
- hérnias;
- fraturas;
- paralisia cerebral;
- lesões e dores musculares;
- artroses;
- lombalgias e outras mialgias;
- derrames;
- artralgia;
- artrite anquilosante;
- contusões;
- contratura muscular;
- coto dolorido;
- distensão;
- hipertonia;
- fibrose.
No entanto, ela não deve ser feita em pessoas que estejam com febre, com inflamações agudas, edemas na pele, doenças dermatológicas, alergias ou feridas abertas. Isso porque a pressão da água pode aumentar essas irritações.
Também não é indicada para pessoas com insuficiência cardíaca, gripes e resfriados, epilepsia e incontinência fecal ou urinária. Em alguns casos, é indicado esperar o problema passar para depois fazer a terapia.
Assim como qualquer atividade física regular, é necessário fazer uma avaliação com um especialista para atestar se é possível fazer a hidroterapia. Fica a cargo do fisioterapeuta determinar a temperatura, a forma como será feita a terapia, a duração e a quantidade de sessões.
Como usar o aparelho no consultório?
Ter um aparelho de turbilhão na clínica de fisioterapia é uma maneira simples e relativamente barata de oferecer um tratamento eficaz e prazeroso aos pacientes. Pode ser uma alternativa bem interessante, sobretudo para as pessoas que não respondem bem a outras formas de terapia mais tradicionais.
A sessão deve ser sempre guiada pelo fisioterapeuta, que indicará quais exercícios serão feitos, a intensidade etc. É preciso limpar a área do corpo com água e sabão ou pedir que o paciente tome uma ducha antes.
A água deve ser trocada a cada sessão, no caso de recipientes menores, ou todos os dias, no caso das banheiras. Ela precisa ser tratada com cloro ou outro antisséptico, como os usados para tratar piscinas, ou uma solução de permanganato de potássio.
O jato do turbilhão deve ser direcionado de acordo com a necessidade de cada paciente, massageando a área e acompanhando os exercícios. Os movimentos precisam ser coordenados, de modo a aproveitar todo o potencial do aparelho.
Ao final da sessão, é importante disponibilizar uma toalha para o paciente se enxugar. O ideal é que se tenha um vestiário apropriado, com armários para que ele possa guardar seus pertences.
É sempre bom lembrar que esse tratamento deve ser realizado por fisioterapeutas, de preferência, especializados em hidroterapia. Existem diversos cursos de capacitação na área, o que só agrega valor ao currículo do profissional.
Enfim, adotar a técnica do turbilhão na fisioterapia é algo que traz muitos benefícios às clínicas ao aumentar as possibilidades de tratamento. Pode ser um importante atrativo para novos pacientes e para a retenção dos atuais. Eles se tornam mais satisfeitos ao poder realizar a terapia de uma maneira mais divertida e relaxante.
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